Pesquisa do DataSenado revela que quase 7 milhões de estudantes sofreram violência na escola

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QUASE SETE MILHÕES DE ESTUDANTES SOFRERAM ALGUM TIPO DE VIOLÊNCIA NA ESCOLA. É O QUE REVELA PESQUISA DO DATASENADO, APRESENTADA NESTA TERÇA-FEIRA NA COMISSÃO DE EDUCAÇÃO. REPORTAGEM DE IARA FARIAS BORGES. Por sugestão do presidente da Comissão de Educação e Cultura, senador Flávio Arns, do PSB paranaense, o DataSenado apresentou ao colegiado em audiência pública os resultados de pesquisa sobre violência no ambiente escolar. Os dados revelam que 6,7 milhões de estudantes sofreram algum tipo de violência na escola nos últimos doze meses, o que representa 11% dos quase 60 milhões de alunos matriculados. Perguntados se já sofreram violência na escola, mesmo que atualmente não estejam estudando, o índice do que disseram sim sobe para 22% e quanto ao bullying, o percentual vai para 33%. No entanto, os entrevistados com mais de 60 anos não relacionam o bullying com violência, destacou a chefe do Serviço de Pesquisa e Análise do Instituto de Pesquisa DataSenado, Isabela Lima Campos. “Bullying não é uma brincadeira, é um ato de intimidação, é um tipo de violência. E é muito interessante notar que as pessoas não associam bullying à violência. A diferença entre violência percebida e violência vivida está mapeada aí neste comparativo. A percepção de bullying é mais frequente entre pessoas mais jovens. Pessoas de 16 a 29 anos, 52% delas disseram que já sofreram bullying no ambiente escolar. Ao passo que pessoas com 60 anos ou mais, cai para 19%. Como essa percepção muda, dependendo da idade da pessoa”. A pesquisa também apontou que as pessoas têm mais medo da violência na escola do que nas ruas – 90% contra 76%. E 87% dos entrevistados acreditam que a presença da polícia na escola é importante para combater a violência. A diretora da Secretaria de Transparência do Senado, Elga Teixeira Lopes, destacou a importância das pesquisas para as políticas públicas e defendeu a presença de estatísticos para traduzir as inúmeras informações existentes na administração pública.  “Sugerir de forma didática que os órgãos contratem, por concurso público, estatísticos e cientistas de dados. O estatístico é capaz de ver pessoas nos números. O estatístico tem compromisso com o Estado, é uma carreira de Estado. E nem sempre as instituições compreendem isso. Ele precisa ser muito valorizado no setor público.” A senadora Damares Alves, do Republicanos do Distrito Federal, ressaltou a importância dos dados para a elaboração de políticas públicas. "A Comissão de Educação tem se debruçado sobre a discussão da violência nas escolas. E a sociedade está esperando respostas. E nós estamos construindo algumas propostas legislativas, revendo as que já existem e contribuindo com a política pública. Então a importância do DataSenado porque não se faz política pública em cima de achismo.” A pesquisa do DataSenado sobre violência escolar foi realizada entre os dias 9 e 10 de maio e ouviu 2068 entrevistado de todo o país com 16 anos ou mais. Da Rádio Senado, Iara Farias Borges.