Senadores destacam importância de campanhas contra notícias falsas relacionadas a vacinas
Ao comentar a aprovação da Anvisa de uma vacina contra a dengue, o senador Astronauta Marcos Pontes (PL-SP) destacou iniciativas de um imunizante nacional que poderá ser exportado para países da América Latina e da África com prevalência da doença. Já Marcelo Castro (MDB-PI), que é médico, condenou a disseminação de fake news ao destacar que as vacinas são a melhor maneira de prevenir doenças.
Transcrição
SENADOR E EX-MINISTRO DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA DESTACA IMPORTÂNCIA DA VACINA JAPONESA CONTRA A DENGUE RESSALTANDO O DESENVOLVIMENTO DE UMA NACIONAL.
EX-MINISTRO DA SAÚDE ALERTA PARA A IMPORTÂNCIA DO COMBATE ÀS NOTÍCIAS FALSAS RELACIONADAS A TODOS OS TIPOS DE IMUNIZANTES. REPÓRTER HÉRICA CHRISTIAN.
Com a recente aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a vacina contra quatro sorotipos da dengue poderá estar disponível na rede privada ainda no segundo semestre e distribuída gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde no ano que vem. A chamada Qdenga é o primeiro imunizante liberado no País para pessoas que não tiveram contato com o vírus da dengue. A vacina desenvolvida pelo laboratório japonês Takeda Pharma será aplicada em duas doses, com intervalo de três meses entre elas, em pessoas na faixa etária de 4 a 60 anos que não tiveram ou já foram acometidas pela dengue. Segundo a farmacêutica, o imunizante não precisará ser ministrado todos os anos. Até então, o Brasil dispõe da Dengvaxia do laboratório francês Sanofi Pasteur recomendada apenas para quem foi infectado pelo vírus da dengue. O senador Astronauta Marcos Pontes, do PL de São Paulo, ex-ministro da Ciência e Tecnologia, destacou iniciativas brasileiras que permitirão o desenvolvimento de uma vacina nacional, que poderá ser exportada para países da América Latina e até da África, que sofrem com a dengue.
Investimos em 16 tipos de tecnologias, a gente chama de plataformas. Existe um tipo especificamente que é muito útil para vacina da dengue, que é a RNA de terceira geração, que tem uma carga muito pequena e tem a capacidade de carregar até cinco variantes do vírus. A dengue tem quatro variantes, ou seja, em uma vacina você consegue incluir todas as variantes, o que dá um tempo de vida de efetividade da vacina maior. Além disso, esse tipo de vacina não tem previstos efeitos colaterais sérios de nenhum tipo. Ou seja, isso é muito bom, está sendo desenvolvida no Brasil e a gente começa com a vacina Internacional e prossegue depois com a vacina nacional.
Ao citar que já teve a doença, o senador Marcelo Castro, do MDB do Piauí, lembrou que a dengue pode levar à morte, além de provocar muitas dores nos pacientes. Ao celebrar o anúncio da vacina, o senador alertou para a disseminação de notícias falsas sobre todos os imunizantes, inclusive por agentes públicos.
Alguns políticos inescrupulosos se aproveitam da ingenuidade das pessoas para propagar esse tipo de temor. Isso é um absurdo, isso é uma coisa deplorável e uma coisa anticivilizatória. A gente tem que combater isso de maneira muito veemente porque de tudo que a humanidade desenvolveu ao longo de toda sua história, nada é mais expressivo, mais significativo para a saúde pública do que as vacinas.
A vacina japonesa contra a dengue mostrou eficácia geral de mais de 80% por qualquer sorotipo após um ano da aplicação da segunda dose. Além disso, reduziu em 90% os casos de internação. Entre janeiro e fevereiro, cerca de 160 mil casos de dengue foram registrados em todo o país, um aumento de 46% em comparação ao mesmo período do ano passado. Os especialistas ressaltam que entre os cuidados contra o mosquito da dengue está acabar om água parada, como em vasos de plantas e em copos descartáveis jogados no meio da rua. Da Rádio Senado, Hérica Christian.