Comissão de Direitos Humanos debate caso Julian Assange — Rádio Senado
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Comissão de Direitos Humanos debate caso Julian Assange

Em audiência pública sobre a liberdade de imprensa, opinião e o direito à informação, o presidente da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH), senador Humberto Costa (PT-PE), abordou os encontros que está mantendo com representantes de movimentos em defesa da liberdade do jornalista Julian Assange, preso no Reino Unido. Entidades alertam para a ameaça à liberdade de imprensa no mundo que o caso representa.

15/12/2022, 17h10 - ATUALIZADO EM 15/12/2022, 18h35
Duração de áudio: 03:28
Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

Transcrição
EM COMISSÃO DO SENADO, ENTIDADES SE MANIFESTAM PELA LIBERDADE DO JORNALISTA JULIAN ASSANGE. A PRISÃO SIGNIFICA AMEAÇA AO DIREITO DE INFORMAÇÃO, CONFORME RESSALTARAM DEFENSORES. REPÓRTER JANAÍNA ARAÚJO. A Comissão de Direitos Humanos e Participação Legislativa do Senado discutiu em audiência pública a liberdade de imprensa, opinião e o direito à informação. O pedido para o evento foi do presidente do colegiado, senador Humberto Costa, do PT de Pernambuco, que enfocou os movimentos em defesa do jornalista Julian Assange, preso no Reino Unido e sob ameaça de extradição para os Estados Unidos devido a acusações de espionagem. O senador informou que há 15 dias encontrou-se com representantes da campanha internacional que está sendo feita em defesa da liberdade de imprensa e de expressão e contra a extradição de Julian Assange. Humberto Costa destacou que algumas possíveis ações do Parlamento brasileiro já foram discutidas em relação ao caso. A possibilidade de uma delegação que pudesse ir aos Estados Unidos se reunir com alguns parlamentares de um campo mais progressista, além de nos reunirmos com entidades da sociedade civil. O próprio presidente eleito, Luís Inácio Lula da Silva, recebeu os representantes desse comitê e eu acredito que do ponto de vista político é provável que o futuro governo se manifeste para que essa injustiça não se concretize. Segundo a presidente da Federação Nacional dos Jornalistas, a Fenaj, Samira de Castro, o jornalismo e a liberdade de imprensa estão sob ameaça mundial com a manutenção das acusações contra Julian Assange. O que está em jogo, avalia a presidente da Fenaj, é o direito humano à informação. Essa condenação cria um precedente perigoso para criminalização da atividade jornalística em todo o planeta. Afinal o que o jornalista fez foi divulgar informações de interesse público, ou seja, a razão de existir do trabalho jornalístico é o crime pelo qual Assange está sendo imputado. E a Fenaj destaca também que o Brasil vive um dos piores momentos de ataques ao jornalismo e à liberdade de imprensa desde a redemocratização. O nosso relatório da violência contra jornalistas registra no ano passado 430 casos de agressões à categoria. O presidente da Associação Brasileira de Imprensa, a ABI, Octávio Costa, destacou que a entidade sempre se manifestou contra o que ele classificou de violência contra um jornalista que estava exercendo seu ofício. Ele criticou as medidas tomadas pelos Estados Unidos e Inglaterra. Ele é alvo dessas ações nos Estados Unidos com base em leis de espionagem da 1ª Guerra Mundial, o que não faz sentido nenhum. E o mais grave ainda é um país como a Inglaterra, com a tradição democrática que tem a Inglaterra, se unir a isso e estar mantendo Assange preso desde 2019 e com essa ameaça de extraditá-lo para os Estados Unidos. Um cidadão australiano, diga-se de passagem. O próprio primeiro ministro da Austrália já se manifestou a favor da libertação imediata e da suspensão desse processo. Também se manifestaram o editor chefe e o embaixador do WikiLeaks, Kristinn Hrafnsson e Joseph Farrell, respectivamente. A organização sediada na Suécia foi fundada por Julian Assange em 2006. A audiência pública ainda contou com a participação de representantes da Associação Brasileira de Juristas pela Democracia, do Instituto Vladimir Herzog e da Comissão Arns. Da Rádio Senado, Janaína Araújo. 

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