Relatório da IFI aponta crescimento econômico, mas faz alerta sobre dívida pública
Segundo o Relatório de Acompanhamento Fiscal da Instituição Fiscal Independente do Senado, a economia brasileira deve ter crescimento real de 2,6% neste ano e de 0,9% em 2023. Os dados de novembro destacam também que o País cresceu acima do previsto no primeiro semestre com reflexos na queda do desemprego.

Transcrição
RELATÓRIO DA IFI APONTA CRESCIMENTO ECONÔMICO, MAS FAZ ALERTA SOBRE DÍVIDA PÚBLICA.
INSTITUIÇÃO FISCAL INDEPENDENTE PREVÊ QUE INFLAÇÃO AO CONSUMIDOR CAIA DE 10,1% NESTE ANO PARA 5,6% NO ANO QUE VEM. REPÓRTER PEDRO PINCER
O Brasil deve ter um crescimento real de 2,6% neste ano e de 0,9% em 2023. As estimativas foram divulgadas no Relatório de Acompanhamento Fiscal elaborado pela Instituição Fiscal Independente do Senado. O levantamento de novembro destaca também que a economia brasileira cresceu acima do previsto durante o primeiro semestre, com reflexos na queda do desemprego. O analista da IFI, Alessanadro Casalcchi, celebra os números, mas faz uma ressalva.
A taxa de desemprego agora está no patamar de 8,7%, isso representa queda de quase quatro pontos percentuais em relação ao que a gente tinha no encerramento do trimestre até setembro em 2021. O cenário macroeconômico geral que está se colocando é de que essa taxa deve começar a reverter e subir um pouco pelo menos no ano que vem.
Em relação à PEC da Transição, apresentada pelo governo eleito, a IFI revela preocupação. A manutenção dos R$ 600 do Auxílio Brasil deve custar R$ 69,8 bilhões no ano que vem. O relatório aponta que, no fim, a fatura pode ser bem alta. Além de não especificar a fonte de financiamento, pode haver problemas quanto à dívida pública, como ressaltou Alessanadro Casalcchi.
As receitas, que são o lado que vão financiar essas despesas estão muito mais incertas do que as despesas em si. Porque esse quadro geral tende a levar a um resultado primário do governo persistentemente negativo, ou seja, o governo vai ter que fazer nova dívida todo ano, além de rolar a que já tem, levando então essa dívida, no nosso cenário-base, no nosso cenário de referência, a atingir 95% do PIB em 2026
A IFI também prevê que inflação ao consumidor desacelere dos 10,1% registrados em 2021 para 5,6% em 2022 e para 4,6% em 2023, com convergência gradual para a meta perseguida pela Banco Central, de 3%. Da Rádio Senado, Pedro Pincer