Comissão vai debater acolhimento de refugiados afegãos no Brasil

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ACOLHIMENTO DE REFUGIADOS DO AFEGANISTÃO NO BRASIL SERÁ TEMA DE AUDIÊNCIA PÚBLICA DESDE JANEIRO, MAIS DE 400 AFEGÃOS ENTRARAM NO PAÍS PELO AEROPORTO DE GUARULHOS. REPÓRTER PEDRO PINCER. A Comissão Mista Permanente sobre Migrações Internacionais e Refugiados deve ouvir nesta quinta-feira representantes do poder público sobre as políticas de acolhimento de refugiados afegãos no Brasil. Há pelo menos quarenta anos, o Afeganistão sofre com conflitos armados, violações de direitos humanos e pobreza, o que provocou o deslocamento da população em larga escala. A estimativa é de que 6 milhões de pessoas já saíram do país, a maioria seguindo para o Irã e o Paquistão. Em agosto do ano passado, com a saída das tropas dos Estados Unidos e a volta do Taibã ao poder, mais pessoas deixaram o território. Desde janeiro deste ano, mais de 400 afegãos entraram no Brasil pelo Aeroporto de Guarulhos em São Paulo. Apenas em agosto, foram 153 pessoas. Os Ministérios da Justiça e das Relações Exteriores concederam visto temporário e autorização para residência para esses passegeiros garantindo assim uma acolhida humanitária aos afegãos. O vice-presidente da Comissão, senador Paulo Paim, do PT gaúcho, lembra que a questão de migrantes e refugiados no país é um problema histórico. Falar da migração é falar do nosso próprio passado, é reconhecer uma das maiores violências cometidas pelos seres humanos que foi o sequestro dos povos africanos principalmente para o Brasil, sendo este o último país das América a abolir a escravidão. Os reflexos da escravidão são sentidos diariamente na nossa sociedade. O racismo afeta a todos e com mais pressão os migrantes e refugiados do passado e do presente. A audiência deverá contar com representantes dos Ministérios da Justiça e da Cidadania, da Secretaria de Assistência Social de Guarulhos e do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados. O evento será interativo e os cidadãos podem enviar perguntas e comentários pelo telefone 0800 061 2211 ou pelo Portal e‑Cidadania. Da Rádio Senado, Pedro Pincer