Sub-representadas na política, mulheres são 53% do eleitorado — Rádio Senado
Eleições 2022

Sub-representadas na política, mulheres são 53% do eleitorado

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulgou as estatísticas das pessoas aptas a votar nas Eleições 2022. Seguindo a tendência de eleições anteriores, as mulheres são a maioria dos eleitores, com 53% e mais de 82 milhões votantes. No entanto, ainda sofrem com a sub-representação na política e outros espaços de poder. Para mudar essa realidade, o Congresso Nacional aprovou novas regras que dobram os votos de mulheres e pessoas negras na contabilidade do Fundo Eleitoral e no tempo de rádio e TV para campanhas.

16/08/2022, 14h37 - ATUALIZADO EM 16/08/2022, 14h40
Duração de áudio: 02:55
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Transcrição
SEGUNDO O TSE, AS MULHERES REPRESENTAM 53% DOS ELEITORES. APESAR DISSO, SEGUEM COM BAIXA REPRESENTATIVIDADE NA POLÍTICA. NOVAS REGRAS APROVADAS PELO SENADO VÃO DAR MAIS COMPETIVIDADE À CORRIDA ELEITORAL, COM O VOTO DE MULHERES E NEGROS VALENDO O DOBRO PARA FINS DE FUNDO PARTIDÁRIO E FUNDO ELEITORAL. A REPORTAGEM É DE MARCELLA CUNHA As mulheres são a maioria do eleitorado brasileiro, com mais de 82 milhões de votantes. Somadas, chegam a 53% dos eleitores e são maioria nos três maiores colégios eleitorais do país: São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Para a senadora Eliziane Gama, do Cidadania do Maranhão, as mulheres estão, finalmente, adentrando em ambientes tradicionalmente ocupados por homens. Poucas vezes na história brasileira, desde o momento da redemocratização, nós tivemos a importância tão grande da presença feminina no processo eleitoral. Pela primeira vez, em todas as faixas etárias brasileiras, a mulher no nosso país, do ponto de vista eleitoral, é a maioria em todas as idades. Isso significa que há um engajamento muito maior e que as mulheres brasileiras estão, de fato, abrindo os olhos e atentando para a importância que elas têm para o fortalecimento da democracia brasileira. Apesar de serem maioria do eleitorado e da população, as mulheres ainda são sub-representadas na política e em outros espaços de Poder. Em 2018, apenas uma governadora foi eleita. Sete mulheres ganharam a disputa para o Senado. Não havia sequer candidatas no Acre, Bahia e Tocantins. 77 mulheres conquistaram uma cadeira na Câmara, alcançando 15% da composição. Em comparação às eleições de 2014, esse número significa um aumento de 50%. Para ampliar a representatividade feminina, o Senado aprovou novas regras que estimulam a eleição de mulheres e pessoas negras. O voto dado a eles valerá em dobro para a distribuição de recursos do Fundo Eleitoral entre os partidos. A medida faz parte da Reforma Eleitoral, que também determina que esses votos também sejam dobrados para determinar o tempo de rádio e TV dos partidos. Para a senadora licenciada, Kátia Abreu do PP de Tocantins, a mudança vai estimular que mais mulheres lancem suas candidaturas.   Ela vai ser contada em dobro, os seus votos, para que aquele partido receba mais dinheiro. Qual que é a vantagem disso? A vantagem, que nós agradecemos aos Deputados e Senadores, é que os partidos políticos vão ter interesse em eleger mulheres, porque vão ter mais dinheiro no seu fundo partidário. Não só mulheres, mas os negros também. Alerta, partidos do Brasil! Coloquem mulheres e negros eleitos que o Fundo Partidário vai aumentar. Outras medidas para incentivar a participação feminina na política estabelecem que os partidos devem indicar pelo menos 30% de candidatas mulheres, que também vão receber pelo menos 30% do dinheiro do Fundo Eleitoral. Da Rádio Senado, Marcella Cunha

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