CCJ retoma em agosto discussão de projeto que coíbe violência contra professores — Rádio Senado
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CCJ retoma em agosto discussão de projeto que coíbe violência contra professores

A Comissão de Constituição e Justiça deve retomar em agosto a votação do projeto que cria mecanismos para acabar com a agressão contra profissionais de educação. A proposta (PL 5276/2019) prevê de soluções pacíficas para agressões até a suspensão da escola por até 15 dias. Agressores e os pais ou responsáveis podem ainda ser obrigados a frequentar programas de orientação, e as escolas devem manter equipe para atuar na prevenção e na negociação de casos individuais. O líder do governo pediu mais tempo na análise para tirar dúvidas sobre a garantia do sigilo da identidade dos menores de 18 anos.

21/07/2022, 14h17 - ATUALIZADO EM 21/07/2022, 14h18
Duração de áudio: 02:18
Geraldo Magela/Agência Senado

Transcrição
A COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA DEVE RETOMAR EM AGOSTO A DISCUSSÃO DO PROJETO QUE BUSCA COIBIR A VIOLÊNCIA CONTRA PROFESSORES. A PROPOSTA PREVÊ DESDE SOLUÇÕES PACÍFICAS PARA AS AGRESSÕES ATÉ A SUSPENSÃO DO ALUNO DAS ATIVIDADES ESCOLARES. REPÓRTER ROBERTO FRAGOSO. A agressão contra professores, coordenadores, auxiliares, bibliotecários e secretários poderá ser punida com suspensão de até 15 dias, troca de turma ou turno e a obrigação – inclusive junto com os pais ou responsáveis – de frequentar programas de assistência e orientação. No caso do ataque ser feito por maior de idade, ele pode responder ainda criminalmente. As escolas deverão manter equipe multidisciplinar para atuar na prevenção da violência e buscar soluções para occorências individuais. O relator, Mecias de Jesus, do Republicanos de Roraima, lembrou que o projeto não tem caráter repressivo e incentiva a negociação e a solução pacífica de conflitos. Mas traz mecanismos efetivos para proteger os professores. É preciso reconhecer nos potenciais agressores a condição de pessoa em formação, inerente à infância e à adolescência, que fundamenta todo o sistema de aplicação de medidas socioeducativas, e a importância da prevalência do valor da educação sobre o da punição. Mais que isso, é preciso ter em mente que professores e alunos são parceiros, e não antagonistas, no processo educativo. O autor da proposta, Jorge Kajuru, do Podemos de Goiás, lamentou que o Brasil ocupe a liderança em violência escolar, segundo a OCDE. Ele defendeu que mais que a punição, é preciso uma mudança de cultura para acabar as agressões. A diminuição da violência nas escolas com as possíveis consequências didáticas positivas só será possível com a participação efetiva das autoridades de ensino - diretores, professores, funcionários, estudantes, pais de alunos. É uma obrigação civilizatória de todos os brasileiros. O líder do governo, Carlos Portinho, do PL do Rio de Janeiro, pediu mais tempo para estudar a proposta, e tirar dúvidas sobre a garantia do sigilo da identidade dos menores de 18 anos. Como é que o gestor escolar vai fazer isso, mas protegendo também, considerando que é uma criança? A preocupação do governo com relação à privacidade do menor eu acho que é legítima, a forma como é feito isso para não expor nenhum dos dois, nem a vítima, nem o agressor. Mas eu tenho o compromisso de fazer uma construção, um diálogo construtivo e favorável ao projeto com o governo. Caso o dano causado seja ao patrimônio, o agressor deverá arcar com as perdas ou restituir os bens dos profissionais de educação. Após a votação na Comissão de Constituição e Justiça, a proposta poderá seguir diretamente para a Câmara dos Deputados. Da Rádio Senado, Roberto Fragoso.

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