Ameaças no Vale do Javari continuam, revela liderança índigena à comissão — Rádio Senado
Violência

Ameaças no Vale do Javari continuam, revela liderança índigena à comissão

A comissão criada para Investigar as causas do aumento da criminalidade na Região Norte ouviu nesta quinta-feira (14) a antropóloga Beatriz Matos, viúva do indigenista Bruno Araújo, assassinado em junho no Vale do Javari. Ela pediu que a mobilização em torno da morte do marido sirva para cobrar mais segurança na região e lamentou a falta de apoio do governo federal. Segundo Jader Marubo, liderança indígena, nada foi feito para impedir novas ameaças à indigenistas e funcionários da Funai.

14/07/2022, 18h02 - ATUALIZADO EM 14/07/2022, 18h04
Duração de áudio: 02:47
Geraldo Magela / Agência Senado

Transcrição
A VÍUVA DO INDIGENISTA BRUNO ARAÚJO DISSE À COMISSÃO QUE INVESTIGA O AUMENTO DA CRIMINALIDADE NA REGIÃO NORTE QUE GOSTARIA DE UMA RETRATAÇÃO DO GOVERNO FEDERAL POR DECLARAÇÕES SOBRE O TRABALHO DO MARIDO. JÁ O LIDER INDÍGENA JADER MARUBO REVELOU QUE AS AMEAÇAS NO VALE DO JAVARI CONTINUAM E NÃO HOUVE REFORÇO NA SEGURANÇA. A REPORTAGEM É DE MARCELLA CUNHA A comissão que investiga o aumento da criminalidade no Norte do país ouviu nesta quinta-feira a antropóloga Beatriz Matos, viúva do indigenista Bruno Araújo, assassinado em junho no Vale do Javari. Ela espera uma retratação do Governo Federal por declarações que menosprezaram o trabalho do marido e revelou que a família não recebeu nenhum apoio. A família não recebeu uma palavra de condolência. O Bruno era um funcionarário público dedicadíssimo, hiper comprometido com o trabalho dele. Por isso que funcionários da funai estão indignados, o presidente da Funai acusa um funcionário de estar fazendo alguma coisa no lugar de tomar pra si a investigação, o cuidado com a família, com os filho. É indignante a falta de apoio que a gente teve da esfera federal desse país. Eu como família gostaria de uma retratação, assim. Para Beatriz, a comoção com a morte do marido e do jornalista Dom Phillips, deve servir de impulso para uma reestruturação da Funai e mais segurança na região, tanto para funcionários quanto para os indígenas. Segundo Jader Marubo, liderança indígena e ex-coordenador da Univaja, a União dos Povos Indígenas do Vale do Javari, mesmo após o assassinato, as ameças continuam e não houve reforço da segurança na região. Não houve  nenhuma melhoria. Houve uma perseguição. Em vez de haver um apoio, tivemos foi perseguição junto à Funai, aos funcionários que estão fazendo esse trabalho local. Que não poderiam falar, não poderiam externar sua procupaçao com sua própria vida. Não foi tomada nenhuma providência. Para o senador Eduardo Velloso, do União do Acre, os relatos de insegurança são unânimes. O que a gente observa é unânime, falando que o pessoal da Univaja, os próprios índios, o pessoa da Funai, o movimento indígena, todo mundo teoricamente está ameaçado. Escutamos também que isso vem há vários anos, talvez há maias de 20 anos, desde a demarcação existe essa fragilidade em relação à vida dessas pessoas. Os senadores aprovaram um requerimento para que o Ministério da Justiça preste informações sobre a atuação da Funai no caso. A comissão também quer que a Polícia Federal informe as operações realizadas na Região Amazônica e o quantitativo de policiais envolvidos. Após o recesso parlamentar, o colegiado vai se reunir no dia 9 de agosto em uma sessão especial pelos 2 meses do assasssinato de Dom e Bruno. Da Rádio Senado, Marcella Cunha

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