MEC e estudantes discutem educação ambiental em comissão
A Comissão de Meio Ambiente debateu a educação ambiental como política pública do Estado Brasileiro. A audiência pública foi uma iniciativa (REQ 29/2022-CMA e REQ 32/2022-CMA) do senador Paulo Rocha (PT-PA). Representantes do governo explicaram as ações adotadas, consideradas insuficientes por entidades de jovens e de pesquisadores.
Transcrição
A COMISSÃO DE MEIO AMBIENTE DEBATEU A EDUCAÇÃO AMBIENTAL COMO POLÍTICA DE ESTADO.
OS PARTICIPANTES DEFENDERAM A CONSCIENTIZAÇÃO DA SOCIEDADE E AÇÕES GOVERNAMENTAIS PARA PROMOVER UMA CULTURA DE PRESERVAÇÃO DA NATUREZA. REPORTAGEM DE IARA FARIAS BORGES.
Ao falar das ações do Ministério da Educação em relação à Política Nacional de Educação Ambiental, Maria Luciana Nóbrega explicou que assunto é ensinado nas escolas como tema contemporâneo transversal, ou seja, por outras disciplinas.
O Ministério da Educação tem disponibilizado alguns materiais orientadores de como trabalhar os temas contemporâneos transversais, e a educação ambiental é um deles, e também estamos lançando uma série de cadernos sobre os temas contemporâneos transversais.
Alguns programas são feitos em parceria com o Ministério do Meio Ambiente. Entre eles, explicou a representante da pasta Maria Beatriz Milliet, o programa “Educa Mais”, que oferece cursos, palestras e informativos sobre o tema. Para o professor Marcos Sorrentino, as ações do governo são insuficientes.
Educação não se limita à difusão, não se limita a palestras, a folhetos. Educação tem um sentido muito mais profundo que precisa ser compreendido pelos nossos gestores. Educação tem um sentido de compromisso com transformação.
Ao mencionar que a legislação ambiental brasileira é completa, mas não integralmente aplicada, a diretora da rede de jovens ativistas Engajamundo, Kinda van Gastel, defendeu a simplificação da linguagem para educar toda a sociedade.
Falar sobre meio ambiente é falar sobre pessoas. Então, se a gente está falando que é sobre pessoas, sobre vidas, sobre realidade, todos podem e precisam participar desta discussão, senão a gente vai chegar num discurso vazio, generalista e distante dessas pessoas e que pouco tem efeito. Sociedade e meio ambiente estão caminhando junto e a gente não vai conseguir falar de educação ambiental sem diminuir as desigualdades sociais. Não dá para falar de educação ambiental para pessoas que estão com fome, com a barriga roncando.
Também o presidente da Comissão de Meio Ambiente, Jaques Wagner, do PT baiano, disse que é preciso educar, principalmente os mais jovens.
Cada vez está mais evidente a forma predatória como nós humanos nos relacionamos com a casa maior, o planeta Terra, causando consequências inimagináveis, até pouco tempo. E nada melhor do que conscientizar para prevenir - começar com as crianças, com os jovens. E que o mundo entenda que é preciso mudar o padrão de desenvolvimento sob pena de comprometermos a nossa própria existência no planeta.
O debate sobre educação ambiental faz parte do Junho Verde no Senado, instituído em referência ao Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado em 5 de junho. Da Rádio Senado, Iara Farias Borges.