Plenário inclui alunos de escolas particulares no Prouni — Rádio Senado
Medida Provisória

Plenário inclui alunos de escolas particulares no Prouni

O Plenário aprovou a MP 1075/2021 que inclui no Prouni alunos de escolas particulares. Até então, apenas estudantes do Ensino Médio da rede pública ou bolsistas integrais tinham direito às bolsas de estudo nas faculdades particulares. A senadora Simone Tebet (MDB-MT) questionou o fim da comprovação de renda ao citar que casos de fraudes poderão tirar o benefício de alunos realmente carentes. O relator, Wellington Fagundes (PL-MT), explicou que os candidatos deverão apresentar uma declaração detalhando a situação socioeconômica e que o Ministério da Educação vai cruzar as informações nos bancos de dados. Alterada pelo Senado, a medida provisória volta para a Câmara dos Deputados.

26/04/2022, 20h37 - ATUALIZADO EM 26/04/2022, 20h37
Duração de áudio: 03:10
gov.br

Transcrição
SENADO APROVA MEDIDA PROVISÓRIA QUE PERMITE BOLSAS DE ESTUDO DO PROUNI PARA ALUNOS DE ESCOLAS PARTICULARES.   OUTRA MUDANÇA NO PROGRAMA DISPENSA A APRESENTAÇÃO DE DOCUMENTOS QUE COMPROVEM A RENDA DOS CANDIDATOS. REPÓRTER HÉRICA CHRISTIAN. A Medida Provisória 1075 de 2021 permite que estudantes de escolas particulares participem do Prouni. Criado em 2005, o Programa Universidade para Todos concede bolsas de estudo integrais e parciais de 50% em faculdades privadas. Até então, tinham direito ao benefício apenas os alunos que concluíssem o Ensino Médio em escolas públicas ou na condição de bolsistas totais na rede privada. A MP mantém a concessão da bolsa para candidatos com renda familiar mensal per capita de até 1,5 salário-mínimo e parcial para aqueles com renda familiar mensal per capita de até 3 salários-mínimos. Mas a medida provisória retirou a exigência da apresentação de documentos que comprovem a condição socioeconômica. Bastará uma declaração de próprio punho do candidato. A senadora Simone Tebet, do MDB de Mato Grosso do Sul, alertou que essa dispensa poderá impedir que alunos carentes consigam as bolsas em função de fraudes. Negar a esse jovem carente o acesso à universidade é um crime, mas crime maior será se nós permitirmos que as pessoas que têm condições de pagar por uma universidade, com o simples punho, deem uma declaração de que não têm condições, às vezes, até, porque vieram de uma escola pública – e têm – e tirarem a vaga daquele carente. Ao defender a dispensa da comprovação de renda, o relator, senador Wellington Fagundes, do PL de Mato Grosso, argumentou que o Ministério da Educação será capaz de identificar eventuais fraudes usando os bancos de dados públicos. O que nós estamos fazendo aqui é facilitando a vida daqueles que querem ter acesso ao Prouni, dando credibilidade à declaração dos estudantes e, além disso, dando condições para que o Governo possa, através do seu banco de dados, fiscalizar isso. Então, eu acredito que, quando nós estamos atendendo desta forma, nós estamos simplificando e desburocratizando. É o que mais a gente fala no Brasil, é desburocratizar, simplificar esse Estado tão complicado. A medida provisória também alterou as regras da reserva de bolsas do Prouni para alunos autodeclarados negros e indígenas. A quantidade de vagas não será um percentual fixo, mas um considerando o quantitativo dessas populações em cada estado segundo o IBGE. Há reservas de vagas também para pessoas com deficiência e estudantes dos serviços de acolhimento institucional e familiar. A seleção dos bolsistas é feita com base na nota do Enem e terão prioridade professores da rede pública para os cursos de licenciatura, os alunos de escola pública e bolsistas de escolas particulares. As faculdades que oferecem bolsas de estudo pelo Prouni deixam de pagar Imposto de Renda, CSLL e PIS/Cofins de acordo com as bolsas concedidas. Aprovada com mudanças, a MP volta para a Câmara dos Deputados. Da Rádio Senado, Hérica Christian.

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