CMA discute escassez hídrica e mudanças climáticas — Rádio Senado
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CMA discute escassez hídrica e mudanças climáticas

A Comissão de Meio Ambiente (CMA) realizou audiência pública nesta quarta-feira (23) para debater questões relacionadas à Segurança Hídrica e Mudanças Climáticas em alusão ao Dia Mundial da Água, celebrado em 22 de março. O presidente, senador Jaques Wagner (PT-BA), lembrou de como o acesso à água pode afetar a qualidade de vida de milhares de brasileiros. Já o teólogo e professor Leonardo Boff lembrou que recursos hídricos não podem ser tratados como ilimitados.

23/03/2022, 17h14 - ATUALIZADO EM 23/03/2022, 17h14
Duração de áudio: 02:57
Geraldo Magela/Agência Senado

Transcrição
EM DEBATE SOBRE A ESCASSEZ HÍDRICA NA COMISSÃO DE MEIO AMBIENTE, O SENADOR JAQUES WAGNER LEMBROU COMO O ACESSO À ÁGUA POTÁVEL PODE MUDAR VIDAS. MAS O PROFESSOR LEONARDO BOFF REFORÇOU QUE OS RECURSOS NÃO PODEM CONTINUAR SENDO TRATADOS COMO ILIMITADOS. A REPORTAGEM É DE MARCELLA CUNHA A Comissão de Meio Ambiente realizou uma audiência pública nesta quarta-feira para marcar o Dia Mundial da Água, celebrado em 22 de março. Os participantes discutiram a escassez hídrica e o impacto das mudanças climáticas no fornecimento de água. Para o presidente da CMA, senador Jaques Wagner, do PT da Bahia, a educação ambiental deveria ser ensinada nas escolas. Ele lembrou como o acesso à água tratada pode transformar a vida de milhares de brasileiros. Eu sempre me lembro da emoção, da alegria de uma senhora de 60 anos que, pela primeira vez, podia tomar um banho de chuveiro; de um outro que, pela primeira vez, viu espuma de sabão, porque antes a água era salobra e cortava o sabão; de outra que achava que a água da cisterna era água mineral, tal a riqueza de estar com aquela água limpa que antes ela pegava em açudes a léguas. O teólogo e professor Leonardo Boff defendeu que nenhuma outra questão tem hoje a mesma importância que a água, responsável por toda a cadeia da vida na Terra. Para Boff, a saída para o desabastecimento passa pelo combate ao desmatamento, a presevação das matas ciliares e o tratamento de esgoto. Como vamos enfrentar isso? Vocês aprovaram leis importantíssimas, projetos que tentam salvar a nossa riqueza hídrica, mas eu acho que o mais importante é inaugurarmos uma nova mente e uma nova visão da Terra, não como um baú de recursos inesgotáveis, que permitem um projeto ilimitado, não. Já o diretor-interino da ANA, a Agência Nacional de Águas, Rogerio Menescal, informou que as políticas da agência são baseadas em estudos que indicam a diminuição de disponibilidade hídrica nas regiões Nordeste e Norte, e aumento de inundações na região Sul. Menescal argumentou que é preciso ampliar a chamada reservação de água, com a construção de novos reservatórios, açudes e barragens.  É essencial para o aumento da segurança hídrica e para a adaptação às mudanças climáticas, permitindo uma melhor regularização das vazões e uma gestão dos recursos hídricos que favoreça a utilização da riqueza hídrica nacional, de que poucos países do mundo dispõem. Sei que não é um tema simples de se resolver, mas eu o deixo aqui como uma provocação para uma reflexão. A ANA precisa de ajuda para enfrentarmos esse desafio. Também participou da audiência a representante da Articulação do Semiárido, Valquíria Smith. A entidade tem como objetivo construir, em 2022, um milhão de cisternas no semiárido brasileiro. O meanismo de captação de águas da chuvas é, muitas vezes, a única fonte de água limpa na região. Da Rádio Senado, Marcella Cunha

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