PL da Câmara que legaliza cassinos e bingos será analisado pelo Senado
A Câmara aprovou e seguiu para a análise do Senado projeto (PL 442/91) que legaliza os jogos de azar no Brasil, como cassinos e bingos. Já no início do mês de fevereiro, o senador Eduardo Girão (Podemos-CE) avaliou que a liberação de jogos de aposta interessa apenas a lobistas. Segundo Girão, aprovar o projeto é uma inversão de prioridades, pois os jogos de azar podem trazer mais problemas para o país.
Transcrição
SEGUIU PARA O SENADO O PROJETO QUE LEGALIZA JOGOS DE AZAR NO BRASIL
A PROPOSTA DA CÂMARA É POLÊMICA E LIBERA O FUNCIONAMENTO DE CASSINOS, BINGOS E APOSTAS NO JOGO DO BICHO. A REPORTAGEM É DE REGINA PINHEIRO:
A proposta permite a prática e a exploração de jogos de aposta, como cassinos, bingos e o jogo do bicho. O relator na Câmara, deputado Felipe Carreras, do PSB de Pernambuco, argumentou que a regulamentação dos jogos de aposta vai gerar arrecadação tributária, assegurando recursos para o desenvolvimento de políticas públicas sociais:
O Brasil, após essa pandemia, precisa gerar emprego e oportunidade. O que destrói as famílias são a fome e o desemprego. Os jogos de aposta podem trazer oportunidade, gerar renda, dar dignidade a quem precisa trabalhar. Quem está atrás da banca de bicho é um trabalhador, uma trabalhadora. Será que Deus não quer que essa pessoa tenha a dignidade de ter a sua carteira de trabalho assinada?
O senador Eduardo Girão, do Podemos do Ceará, é contra a proposta:
E peço a oração e o engajamento de vocês, da forma como puderem, para que a gente possa evitar esse grande malefício para a nossa nação, que já tem problema demais e não precisa de jogo de azar para completar os nossos tormentos
No início de fevereiro, várias organizações religiosas como a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, Igrejas Evangélicas e a Federação Espírita Brasileira divulgaram notas oficiais contrárias à aprovação do projeto. Nazareno Feitosa, palestrante espírita, adverte para o risco de o jogo causar dependência:
há pesquisas demonstrando que, quando a pessoa começa a utilizar os jogos de azar, desenvolve uma dependência tão forte que é equivalente à da cocaína. Aí vemos as pessoas com depressão, arruinadas financeiramente, perdem tudo, porque o jogo é feito para você perder e a casa ganhar, suicídios, destruição de lares. Eu sou da Polícia Federal, tenho estudado o assunto. E não aumentam recursos. O dinheiro dos jogos de azar deixa de ser investido na educação dos filhos, deixa de ser investido na comida, nas roupas, não aumenta a riqueza.
O presidente da República Jair Bolsonaro anunciou que, caso o projeto seja aprovado pelo Senado, irá vetá-lo. Da Rádio Senado, Regina Pinheiro