CDH quer ouvir Aras sobre desdobramentos de CPI da Pandemia — Rádio Senado
Direitos Humanos

CDH quer ouvir Aras sobre desdobramentos de CPI da Pandemia

Após recusa do procurador-geral da República, a Comissão de Direitos Humanos vai apresentar um novo convite para que Augusto Aras detalhe no Plenário o andamento dos pedidos de indiciamento feitos pela CPI da Pandemia. Randolfe Rodrigues (Rede-AP) não descarta um pedido de impeachment ou de denúncia no Supremo Tribunal Federal contra Aras. Já o ex-líder do governo, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), classificou de ameaça o pedido de impeachment.

18/02/2022, 17h37 - ATUALIZADO EM 18/02/2022, 17h38
Duração de áudio: 02:57
Marcos Oliveira/Agência Senado

Transcrição
A COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS QUER OUVIR NO PLENÁRIO O PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA SOBRE DESDOBRAMENTOS DA CPI DA PANDEMIA. ALGUNS SENADORES NÃO DESCARTAM PEDIDO DE IMPEACHMENT CONTRA AUGUSTO ARAS, QUE FOI DEFENDIDO POR PARALMENTARES LIGADOS AO GOVERNO. REPÓRTER HÉRICA CHRISTIAN. Após recusa do procurador-geral da República, Augusto Aras, os integrantes da Comissão de Direitos Humanos decidiram apresentar um novo convite para que ele detalhe no Plenário do Senado o andamento dos pedidos de indiciamento feitos pela CPI da Pandemia. No dia 27 de outubro do ano passado, senadores da Comissão Parlamentar de Inquérito entregaram para Augusto Aras uma lista de investigados, incluindo o presidente Jair Bolsonaro. No total, a CPI recomendou abertura de inquérito contra 66 pessoas, entre políticos, empresários e o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. O senador Randolfe Rodrigues, da Rede Sustentabilidade do Amapá, citou que a Procuradoria-Geral da República no Distrito Federal já apresentou uma ação civil pública com pedido de indenização de R$ 62 bilhões, além da abertura de inquérito contra investigados sem foro privilegiado. Para Randolfe Rodrigues, a demora de Augusto Aras é uma tentativa de blindar o presidente Bolsonaro. Ele não descartou uma denúncia ao Supremo Tribunal Federal ou um pedido de impeachment contra o procurador-geral da República. Não venha tentar responsabilizar a CPI porque a CPI não acabou em pizza. O pizzaiolo e onde ela está sendo fornada é aqui no prédio bonito chamado Procuradoria-Geral da República. Eu quero sugerir um encaminhamento de reiterar o convite, só que para o Plenário do Senado, quero ver  ele dizer não ao Plenário do Senado, mesmo Plenário que o reconduziu sem embargo de ações seguintes: de levantarmos a possibilidade de impeachment combinado com eventual denúncia ao Supremo Tribunal Federal pelo presidente que tem. Ao citar a independência do Ministério Público, o ex-líder do governo, senador Fernando Bezerra, do MDB de Pernambuco, classificou de ameaça o eventual pedido de impeachment contra Augusto Aras. Manifestações exageradas devem ser rechaçadas por constituírem pressões para que o Procurador-Geral da República aja de forma atropelada e sem a observância dos limites legais. Portanto, faço um apelo no sentido de que o Senado Federal mantenha o seu compromisso com a independência e a autonomia das instituições, censurando qualquer gesto que possa constranger ou embaraçar a atuação do Procurador-Geral da República. Por meio de nota, a Procuradoria-Geral da República negou protelação ao informar que somente agora recebeu a relação individualizada das provas apresentadas pela CPI, o que permitirá o andamento das investigações. Segundo a Constituição, os senadores têm prerrogativa de pedir o impeachment do procurador-geral da República, que foi reconduzido ao cargo no ano passado para um mandato de dois anos. Da Rádio Senado, Hérica Christian.

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