CPI aprova quebra de sigilo das redes sociais de Bolsonaro e aliados acusam a comissão de censura — Rádio Senado
CPI da Pandemia

CPI aprova quebra de sigilo das redes sociais de Bolsonaro e aliados acusam a comissão de censura

Em resposta à propagação de fake news relacionando vacina contra covid-19 e aids, a CPI da Pandemia aprovou a quebra das contas das redes sociais do presidente Jair Bolsonaro e pediu o banimento desses perfis. O requerimento do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) ainda prevê um pedido de retração e investigação junto ao Supremo Tribunal Federal e à Procuradoria Geral da República. Para o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), trata-se de censura da CPI.

26/10/2021, 16h53 - ATUALIZADO EM 26/10/2021, 16h53
Duração de áudio: 02:30
Pedro França/Agência Senado

Transcrição
APROVADA PELA CPI DA PANDEMIA, QUEBRA DO SIGILO DAS REDES SOCIAIS DO PRESIDENTE BOLSONARO AGORA VAI PARA O SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. SENADOR GOVERNISTA CHAMA DE CENSURA A DECISÃO AO AFIRMAR QUE BOLSONARO APENAS LEU NOTÍCIA FALSA QUE RELACIONAVA VACINAÇÃO E AIDS.  REPÓRTER HÉRICA CHRISTIAN. Em resposta à declaração associando a vacinação contra a covid-19 a casos de Aids, os senadores da CPI da Pandemia aprovaram a quebra de sigilo das redes sociais do presidente Jair Bolsonaro. A pedido de Randolfe Rodrigues, da Rede Sustentabilidade do Amapá, Google, Facebook e Twitter terão que enviar ao Supremo Tribunal Federal e à Procuradoria Geral da República uma série de informações, a exemplo de todo conteúdo na íntegra divulgado desde abril deste ano até o dia 26 de outubro. Randolfe Rodrigues também solicita a perda de acesso do presidente Bolsonaro a essas contas nas redes sociais e até o seu banimento.  Pelo requerimento, a Advocacia do Senado  vai requerer ao Supremo e à PGR que investiguem e responsabilizem Bolsonaro pelas declarações com pedido de retratação por parte dele sob pena de pagar multa diária de R$ 50 mil até um desmentido sobre a notícia falsa. O senador Flávio Bolsonaro, do Patriota do Rio de Janeiro, argumentou que o presidente Bolsonaro apenas leu uma manchete de uma revista, a quem atribui a responsabilidade pela fake News. Para ele, o pedido de investigação e de banimento das redes sociais de Bolsonaro é uma censura. É uma perseguição sem precedentes e sem vergonha porque se fossem, por exemplo, perfis de esquerda, eles jamais estariam fazendo isso, ou se fossem os perfis ligados a eles, jamais estariam fazendo isso. Falam tanto de fake News aqui e o que mais que essa CPI fez foi fake News. Ele fez a leitura de uma matéria, então quem fez a fake News não foi o presidente foi a revista. O presidente da CPI, senador Omar Aziz, do PSD do Amazonas, argumentou que o presidente Bolsonaro é alvo de um inquérito no STF sobre fake News. E lembrou que ele propagou notícias falsas ao longo de toda a pandemia. A presidência é uma instituição, a Presidência é uma instituição; a Presidência não é um cargo de boteco em que você fala o que quer tomando cerveja o comendo churrasquinho. Presidente da República que se reporta ao povo brasileiro baseado num estudo que não tem cabimento nenhum e fala uma coisa dessa, quando nós estamos implorando para a população se vacinar. A CPI da Pandemia também aprovou um requerimento do senador Alessandro Vieira, do Cidadania de Sergipe, para o que ministro do STF, Alexandre de Moraes, tome conhecimento das declarações do presidente Bolsonaro e adote providências no âmbito do inquérito das fake News.

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