Relatório acusa governo federal de atraso na compra de vacinas e de negociações ilícitas no caso Covaxin — Rádio Senado
CPI da Pandemia

Relatório acusa governo federal de atraso na compra de vacinas e de negociações ilícitas no caso Covaxin

A palavra vacina está presente 930 vezes no relatório final da CPI da Pandemia. O relator, Renan Calheiros (MDB-AL), aponta que o governo negligenciou a compra dos imunizantes no ano passado, o que atrasou a vacinação. Mas o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) afirma que o país agiu rápido e que com a aprovação pela Anvisa da Coronavac e da Astrazeneca, em janeiro de 2021, a imunização logo começou. Renan pediu indiciamentos em relação aos casos Covaxin, Covax Facility e do suposto pedido de propina de um dólar por dose na compra de 400 milhões de vacinas da Astrazeneca.

22/10/2021, 11h33 - ATUALIZADO EM 22/10/2021, 12h55
Duração de áudio: 03:00
Edilson Rodrigues/Agência Senado

Transcrição
LOC: OS PROCESSOS DE AQUISIÇÃO DE VACINAS CONTRA A COVID-19 NO BRASIL ESTÃO EM VÁRIOS TRECHOS DO RELATÓRIO FINAL DA CPI DA PANDEMIA. LOC: PESSOAS ENVOLVIDAS NAS NEGOCIAÇÕES DOS IMUNIZANTES SÃO INDICIADAS POR IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA E CORRUPÇÃO PASSIVA. REPÓRTER RODRIGO RESENDE  A palavra vacina está presente 930 vezes no relatório final da CPI da Pandemia apresentado pelo senador Renan Calheiros, do MDB de Alagoas. O relator aponta que o governo negligenciou a compra dos imunizantes no ano passado, o que acabou atrasando o processo de vacinação da população brasileira. Renan - Foram feitas as primeiras ofertas de aquisição preferencial de vacinas, com destaques para o imunizante CoronaVac e o da Pfizer. O Brasil poderia ter sido o primeiro país do mundo a começar a vacinação junto com o Reino Unido. De acordo com Renan Calheiros, o atraso na compra de vacinas no ano passado acabou por provocar, ao menos, 12 mil mortes evitáveis no início de 2021. Mas o senador Flávio Bolsonaro, do Patriota do Rio de Janeiro, rebateu ao afirmar que o país agiu rápido. Ele disse que após a Anvisa aprovar a Coronavac e a Astrazeneca em janeiro deste ano, a imunização logo começou. Flávio - A primeira pessoa vacinada no mundo foi no dia 8 de dezembro, na Inglaterra, no dia 17 de Janeiro alguns dias depois a primeira pessoa já estava sendo vacinada no Brasil no mesmo dia que Anvisa autorizou o uso emergencial de uma vacina. Não houve demora. Hoje o Brasil é um dos países que mais vacinam no mundo. Como é que alguém pode ter a cara de pau de querer acusar o presidente da república de não ter agido nessa pandemia? Renan Calheiros apontou ainda como falha do governo a opção pela compra de uma cota de 10% de vacinas do Consórcio Covax, quando a quantidade poderia ser de até 50% da população. O relator destacou ainda a celeridade no processo de aquisição da vacina indiana Covaxin por intermédio da empresa Precisa. O imunizante não tinha o aval da Anvisa e documentos apresentados na CPI mostraram inconsistências entre o contrato assinado pelo Ministério da Saúde e as condições de pagamento e entrega dos imunizantes. Renan - A existência de diversas irregularidades e crimes envolvendo a aquisição de vacinas, o que descortinou um esquema de corrupção nunca visto dentro do Ministério da Saúde. O processo de compra da vacina Covaxin foi o primeiro que chamou a atenção desta Comissão Parlamentar de Inquérito pois apresentou vários vícios. (Rodrigo) Mas Flávio Bolsonaro afirma que a compra da Covaxin foi cancelada e não trouxe prejuízo aos cofres públicos. Flávio - O maior escândalo de corrupção que a CPI acusa ao governo federal de ter feito é de uma vacina que sequer foi comprada. Não foi gastado um real de dinheiro público e eles estão falando em corrupção. Renan Calheiros pediu o indiciamento de pessoas envolvidas na suposta cobrança de propina no valor US$ 1 dólar por dose da vacina em uma negociação envolvendo 400 milhões de doses da vacina Astrazeneca. O relatório final será votado no dia 26 de outubro. Da Rádio Senado, Rodrigo Resende.

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