A pedido da Marinha, foi adiada a votação do projeto que inscreve o “Almirante Negro” no Livro dos Heróis da Pátria — Rádio Senado
Heróis da Pátria

A pedido da Marinha, foi adiada a votação do projeto que inscreve o “Almirante Negro” no Livro dos Heróis da Pátria

A votação do projeto de lei que inscreve João Cândido Felisberto no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria (PLS 340/2018) teve a votação adiada a pedido do senador Izalci Lucas (PSDB-DF). Ele explicou que a Marinha vai apresentar documentos sobre o tema. O relator da proposta, senador Paulo Paim (PT-RS), disse que o chamado Almirante Negro foi líder da Revolta da Chibata, uma mobilização de marinheiros, em sua maior parte, negros, em 1910, contra os castigos corporais aplicados na Marinha. Para o senador Flávio Arns (Rede-PR), o Brasil precisa pedir desculpas por erros do passado. A proposta deverá voltar à pauta na próxima reunião da Comissão de Educação, Cultura e Esporte.

07/10/2021, 15h34 - ATUALIZADO EM 07/10/2021, 15h34
Duração de áudio: 02:40
Domínio Público

Transcrição
A VOTAÇÃO DO PROJETO QUE INSCREVE JOÃO CÂNDIDO FELISBERTO, O ALMIRANTE NEGRO, NO LIVRO DOS HERÓIS DA PÁTRIA FOI ADIADA. A PEDIDO DA MARINHA, O SENADOR IZALCI LUCAS, DO PSDB DO DISTRITO FEDERAL, SOLICITOU A RETIRADA DA MATÉRIA DA PAUTA PARA MELHOR ANALISÁ-LA. REPORTAGEM DE IARA FARIAS BORGES. O projeto de lei estava na pauta da Comissão de Educação e o senador Izalci Lucas, do PSDB do Distrito Federal, pediu vista à matéria. A proposta do ex-senador senador Lindbergh Farias inscreve o nome de João Cândido Felisberto, conhecido como o Almirante Negro, no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria. Segundo informou Izalci, a Marinha pediu que a votação fosse adiada, pois vai entregar documentos sobre João Cândido. Eu sou favorável que a gente reponha, reconheça, recupere o máximo possível de tudo aquilo que foi cometido de errado no passado. Então eu vou pedir a compreensão de V. Exª. Só para que eu possa ouvir as Forças Armadas, a Marinha brasileira, que me pediu, mas com o compromisso de na primeira reunião trazer uma posição definitiva. E a Marinha terá de me convencer sobre isso. Ao destacar que o Almirante Negro foi líder da Revolta da Chibata, uma mobilização de marinheiros negros, em 1910, contra os castigos corporais aplicados na Marinha, o relator, senador Paulo Paim, do PT gaúcho, disse que, por lei do Senado à época, os marinheiros foram anistiados. Mas João Cândido foi expulso da corporação, não recebeu nenhuma pensão e morreu pobre. Ao comunicar que a Ordem dos Advogados do Brasil enviou carta em apoio à proposta, Paim, emocionado, citou parte da música “O Mestre-Sala dos Mares”, de Aldir Blanc e João Bosco, interpretada por Elis Regina, que homenageia João Cândido. Glória, meus amigos. Glória a todas as lutas inglórias, que através da nossa história, não esquecemos jamais. Salve o navegante negro, que tem por monumento as pedras pisadas do cais. Esse foi o Almirante Negro. O senador Flávio Arns, do Podemos paranaense, disse que sempre é tempo de se pedir desculpas pelos erros do passado. Nós temos tido exemplos bonitos pelo mundo inclusive de pedido de desculpas. Então, nós temos que no Brasil também nos acostumarmos com o fato de que pedir desculpas não significa diminuição das pessoas, significa o reconhecimento de coisas importantíssimas que não poderiam ter acontecido, porém aconteceram. O presidente da Comissão de Educação, senador Marcelo Castro, do MDB do Piauí, prometeu colocar a proposta em votação na próxima reunião do colegiado. Da Rádio Senado, Iara Farias Borges.

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