Diretor da Prevent Senior passa a ser investigado da CPI por tratamentos experimentais em pacientes com covid-19 — Rádio Senado
CPI da Pandemia

Diretor da Prevent Senior passa a ser investigado da CPI por tratamentos experimentais em pacientes com covid-19

Por decisão do relator, Renan Calheiros (MDB-AL), o diretor da Prevent Senior, Pedro Benedito Batista Júnior, será investigado pela CPI da Pandemia. Ele negou tratamentos experimentais em pacientes com covid. O senador Jorginho Mello (PSC-SC) criticou a divulgação do prontuário de Regina Hang, mãe do empresário Luciano Hang. Já o senador Humberto Costa (PT-PE), acredita que a Prevent Senior foi laboratório do gabinete paralelo, que contava com a participação da médica Nise Yamaguchi.

22/09/2021, 19h32 - ATUALIZADO EM 22/09/2021, 19h32
Duração de áudio: 03:45
Edilson Rodrigues/Agência Senado

Transcrição
DIRETOR DA PREVENT SENIOR NEGA ESTUDO CLÍNICO COM PACIENTES DE COVID E DIZ QUE O PLANO DE SAÚDE ESTÁ SENDO PERSEGUIDO.   RELATOR DECIDE INCLUIR O MÉDICO NA LISTA DE INVESTIGADOS POR UMA SÉRIE DE CRIMES, ENTRE ELES, FRAUDE E CONTRA A HUMANIDADE. REPÓRTER HÉRICA CHRISTIAN. Por decisão do relator, Renan Calheiros, do MDB de Alagoas, o diretor executivo da Prevent Senior, Pedro Batista Júnior, passa a ser investigado pela Comissão. Em depoimento, ele declarou que os 3 mil médicos do plano de saúde tinham autonomia e decidiam com os pacientes sobre o uso do  chamado kit covid. Ao confirmar que não tinha autorização da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa, ele negou a realização de estudos clínicos. Mas médicos, que trabalharam na Prevent Senior, apresentaram um dossiê mostrando que mais de 600 pacientes foram submetidos a tratamentos experimentais sem consentimento com o uso de cloroquina e ozonioterapia. Pedro Batista Júnior chamou esses profissionais de criminosos por fraudarem os dados dos pacientes e informou que foram demitidos por falhas éticas e reclamações. Reitero que o dossiê é uma peça de horror realmente, produzido a partir de dados furtados de pacientes, sem qualquer autorização expressa, o que configura crime. Esses dados precisaram ser manipulados para deturpar a real conduta de mais de 3 mil médicos e, desta maneira, após furtados e adulterados, pudessem ser usados para atacar uma empresa idônea. Chama a atenção, pois os acusadores nunca levaram os dados à Justiça. Sempre tentaram ferir a imagem da Prevent Senior na imprensa. Pedro Batista Júnior confirmou que após 14 dias os pacientes não eram considerados contaminados por coronavírus, o que fez com que mortes pela doença tivessem outras causas. Ele evitou comentar a denúncia de fraude no atestado de óbito por coronavírus do médico Anthony Wong e de Regina Hang, mãe do empresário Luciano Hang, submetidos aos tratamentos experimentais. O senador Jorginho Mello, do PL de Santa Catarina, criticou a divulgação de dados pessoais.  Isso não é algo que a gente deva permitir que aconteça. A gente pode perguntar para o Sr. Pedro, fazer o que quiser com a empresa que ele preside, que ele dirige... Agora, a gente tem que cuidar, até em respeito à memória das pessoas que se foram. O próprio Luciano disse. Ela não fez tratamento preventivo, ela fez tratamento precoce depois que foi diagnosticada a doença. Então, eu só queria pedir. Vamos evitar expor pessoas honradas. Apesar da negativa de Pedro Batista Júnior, o senador Humberto Costa, do PT de Pernambuco, declarou que a Prevent Senior submeteu os pacientes a tratamentos experimentais por recomendação do chamado gabinete paralelo, que contava com a participação da médica Nise Yamaguchi.  Os patrões do senhor fizeram um acordo com o governo. Naquela época, o governo queria desmoralizar o ministro Mandetta e todas as orientações que havia de isolamento social. Para isso, ele precisava provar que esse tratamento que ele preconizava era bom, protegia, todo mundo podia ir para a rua e ninguém ia morrer. Infelizmente, o dono do seu hospital aceitou ser o instrumento para tentar dar legitimidade a essa ação criminosa. O diretor da Prevent Senior confirmou que o plano de saúde tinha estoques de kit covid e que ofertava gratuitamente esses medicamentos. Os senadores também citaram a denúncia de que pacientes graves sem chances de recuperação eram transferidos da UTI para enfermarias e tratados com morfina até a morte para a empresa reduzir os gastos com unidade de terapia intensiva. Da Rádio Senado, Hérica Christian. 

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