Na ONU, Bolsonaro defende tratamento precoce e senadores reagem — Rádio Senado
Pandemia

Na ONU, Bolsonaro defende tratamento precoce e senadores reagem

O discurso do presidente Jair Bolsonaro na abertura da 76ª Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York, repercutiu entre os senadores. Para o presidente da CPI da Pandemia, Omar Aziz (PSD-AM), Bolsonaro se contrapõe à ciência ao alegar ter feito uso, ele próprio, de tratamento comprovadamente ineficaz. Já Marcos Rogério (DE-RO), defendeu se tratar da autonomia do médico para decidir sobre o melhor tratamento.

21/09/2021, 16h54 - ATUALIZADO EM 21/09/2021, 16h54
Duração de áudio: 03:57
Alan Santos/PR

Transcrição
EM DISCURSO NA ONU, BOLSONARO FALA EM TRATAMENTO PRECOCE CONTRA A COVID-19 E CRITICA O PASSAPORTE SANITÁRIO DE VACINAÇÃO. PARA BASE DO GOVERNO, A DEFESA DO PRESIDENTE É PARA A AUTONOMIA DO MÉDICO. JÁ OPOSIÇÃO, LAMENTA FALTA DE APOIO À VACINAÇÃO. A REPORTAGEM É DE MARCELLA CUNHA Em discurso na Assembleia Geral da ONU, em Nova York, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que até novembro, todos os brasileiros que escolheram se vacinar serão atendidos. Mas criticou o passaporte sanitário de imunização ou “qualquer obrigação relacionada à vacina”. E voltou a defender o tratamento precoce contra a Covid-19 e o uso de remédios sem comprovação científica para a doença. Eu mesmo fui um desses que fez tratamento inicial. Respeitamos a relação médico paciente na decisão da medicação a ser utilizada e no seu uso off label. Não entendemos porque muitos países juntamente com grande parte da mídia se colocaram contra o tratamento inicial. Para o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, a fala de Bolsonaro, mesmo com pontos polêmicos, não surpreeende: O presidente destacou pontos importantes do Brasil de projetos que nós precisamos fazer pro país e realizações que nós temos, até porque o país precisa ser apresentado lá fora de uma forma que demonstre as realizações que nós tivemos nos últimos anos. Obviamente que há posições do presidente com as quais eu discordo, eu não concordo, mas são convicções dele, já conhecidas de todos, portanto não há grandes surpresa em relação a fala do presidente aquilo que ele normalmente prega Para o presidente da CPI da Pandemia, Omar Aziz, do PSD do Amazonas, falar em tratamento precoce enquanto o mundo defende a vacinação é motivo de vergonha para o Brasil. Depois de assistir o que aconteceu em Manaus, em que o Tratecov foi utilizado com o povo do Amazonas como cobaia, é inadmissível que o chefe de uma nação de 220 milhões de brasileiros se contraponha à ciência mundial, sem nunca ter passado perto de uma faculdade de medicina. Ouvindo pitaqueiros, gabinetes paralelos e nos envergonhar perante o mundo defendendo algo que nenhum cidadão no mundo defende. O senador Marcos Rogério, do Democratas de Rondônia, rebateu às críticas e esclareceu que a defesa do Governo é sobre a relação entre paciente e médico, que devem ter autonomia para decidir o tratamento.  Vossa excelência fez um comentário sobre o discurso do presidente da República, me parece que não ouviu o discurso do Presidente. Vossa Excelência ouve uma coisa e diz outra. O presidente defendeu autonomia do médico para adotar as medidas que achar necessárias. Vossa excelência parece que estava ouvindo outro presidente. Para a senadora Zenaide Maia, do PROS do Rio Grande do Norte, falar de tratamento precoce gerou constrangimento no cenário internacional. Bolsonaro com esse discurso lamentável, somente consegue deixar bem clara a sua pequenez perante toda a comunidade internacional. Não falou de vacinas, mas de tratamento precoce, ineficaz. O único presidente do G20 que não se vacinou. Brasil está sendo pessimamente apresentado lá fora, aqui dentro pior ainda. Em seu discurso, Bolsonaro alegou que a postura do governo foi a de combater o vírus e o desemprego com a mesma medida. E destacou um auxílio no valor de 800 dólares, ou R$ 4 mil, para 68 milhões de brasileiros. O presidente  também garantiu aos líderes internacionais que o Brasil está a 2 anos e 8 meses sem nenhum caso concreto de corrupção, ou seja, desde o início do seu mandato. E afirmou que o país estava à beira do socialismo, com estatais que antes davam bilhões de prejuízo hoje sendo lucrativas.  Bolsonaro também tratou de questões ambientais e pediu que os países industrializados cumpram seus financiamentos em volume relevante para a preservação da Amazônia. Segundo o presidente, o Brasil tem hoje 600 mil indígenas que desejam usar suas terras para agricultura e outras atividades. Da Rádio Senado, Marcella Cunha

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