Senado celebra centenário de nascimento de Paulo Freire — Rádio Senado

Senado celebra centenário de nascimento de Paulo Freire

O dia 19 de setembro marcou o centenário de nascimento do educador e filósofo Paulo Freire. Para celebrar os 100 anos do “Patrono da Educação Brasileira”, o Senado promoveu Sessão Especial com a participação da pedagoga e doutora em Educação Ana Maria Araújo (Nita Freire), viúva de Paulo Freire, e do filho do educador, o sociólogo e coordenador dos Arquivos Paulo Freire do Instituto Paulo Freire na Cidade de São Paulo, Lutgardes Costa Freire.

20/09/2021, 19h30 - ATUALIZADO EM 20/09/2021, 19h30
Duração de áudio: 03:32
Leopoldo Silva

Transcrição
SESSÃO ESPECIAL DO SENADO COMEMOROU OS “100 ANOS DE NASCIMENTO” DE PAULO FREIRE, PATRONO DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA. O EDUCADOR E FILÓSOFO DESENVOLVEU UM MÉTODO DE ALFABETIZAÇÃO, QUE LEVA O SEU NOME, APLICADO A PARTIR DA VIVÊNCIA E DA REALIDADE DE VIDA DO ALUNO. REPORTAGEM DE REGINA PINHEIRO Paulo Reglus Neves Freire nasceu no dia 19 de setembro de 1921, no Recife,  Pernambuco. Formado em Direito pela Universidade do Recife, atualmente Universidade Federal de Pernambuco, se dedicou a desenvolver estudos de pedagogia que resultaram na elaboração do Método Paulo Freire de Alfabetização. O método foi criado a partir do contato de Paulo Freire com analfabetos em situação de pobreza e considera a realidade social do aluno para ensinar a ler e a escrever. Além disso, a metodologia prioriza o crescimento da consciência crítica com o objetivo de fazer com que as pessoas questionem a sua situação social. A experiência, no ano de 1963, em Angicos, cidade no sertão do Rio Grande do Norte, “As 40 horas de Angicos”, é citada como um marco da alfabetização em larga escala. A iniciativa para a homenagem foi do senador Jean Paul Prates, do PT do Rio Grande do Norte que lembrou a obra de maior destaque de Paulo Freire, o livro “Pedagogia do Oprimido:      O  pesquisador e professor Elliot Green, da Escola de Economia e Ciência Política de Londres, realizou há alguns anos um importante levantamento acerca das publicações mais relevantes da história das Ciências Sociais. "A Pedagogia do Oprimido", o livro icônico que nosso homenageado escreveu quando estava exilado no Chile, em 1968, despontou como o terceiro mais citado em trabalhos acadêmicos, na área de humanidades, em todo o mundo.Detentor de dezenas de títulos Dr. Honoris Causa em universidades espalhadas por quatro continentes, recebedor de honrarias, como o prêmio de educação para paz da UNESCO, , Paulo Freire é hoje um nome cuja relevância não sofre qualquer contestação acadêmica no exterior. A sessão teve a participação de Ana Maria Araújo, a Nita Freire e de Lutgardes Costa Freire, respectivamente viúva e  filho do educador.  Nita Freire ressaltou que seu marido trabalhava por uma sociedade mais justa: Sempre tive e Paulo um modelo de homem probo, de homem lúcido, inteligente, voltado para o outro, trabalhando para que a sociedade seja mais justa, trabalhando para que os seres desprezados dessa sociedade e de outras, que não o Brasil, possam ser inseridos na sociedade como tal. Para isso, ele dizia: "Precisamos transformar a sociedade. É difícil, mas é possível". Ele repetiu muito isso no fim de sua vida. Também fizeram parte da homenagem a governadora do Estado do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra,o professor e filósofo, Mário Sergio Cortella, ex-aluno de Paulo Freire e vários educadores. Com a lei 12.612 de 2012, Paulo Freire foi declarado “Patrono da Educação Brasileira”. Paulo Freire morreu no dia 2 de maio de 1997. Da Rádio Senado, Regina Pinheiro

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