Estudo aponta que cidades com maior atividade econômica tiveram mais mortes por covid — Rádio Senado

Estudo aponta que cidades com maior atividade econômica tiveram mais mortes por covid

A comissão que acompanha as ações de combate à pandemia discutiu nesta segunda-feira (20) o Índice de Vulnerabilidade Municipal de 2021/Covid-19 e classificou os municípios brasileiros em relação ao seu grau de vulnerabilidade à pandemia. Para Esperidião Amim (PP-SC), os dados são importantes para que o país se prepare para as próximas epidemias.

20/09/2021, 17h06 - ATUALIZADO EM 20/09/2021, 17h06
Duração de áudio: 02:57

Transcrição
OS SENADORES DA COMISSÃO DA COVID OUVIRAM ESPECIALISTAS SOBRE GRAU DE VULNERABILIDADE DOS MUNICÍPIOS BRASILEIROS EM RELAÇÃO À PANDEMIA. CIDADES COM ECONOMIA MAIS PRÓSPERA, COM MAIS UTIS, POR EXEMPLO, DEMONSTRAM SER MAIS VULNERÁVEIS PELA MAIOR TOLERÂNCIA E NÃO PARALISAÇÃO DAS ATIVIDADES. A REPORTAGEM É DE MARCELLA CUNHA O estudo do Instituto Votorantim classificou os municípios brasileiros em relação ao grau de vulnerabilidade à pandemia. Foram usados critérios como a proporção da população dependente do sistema público de saúde, de pessoas idosas e desocupadas. Cidades com mais idosos e com maior densidade demográfica, por exemplo, apresentaram maior grau de vulnerabilidade como era esperado. Porém, alguns resultados surpreenderam os pesquisadores. Cidades onde a população é mais dependente do SUS tiveram menos mortes, demonstrando uma melhor performance do serviço público que da rede privada em evitar óbitos. Cidades com maior número de leitos e vagas na UTI também tiveram piores resultados, já que tendem a pautar suas medidas restritivas por esses critérios, aumentando a tolerância com a circulação de pessoas. Entre os critérios econômicos, o número de mortes tende a ser maior em cidades mais prósperas. Foram considerados PIB per capita, a proporção da população ocupada e salário médio mensal dos trabalhadores formais. Para o gerente do Instituto, Rafael Pompeia, apesar de inesperado, o resultado pode ser explicado pela continuidade das atividades econômicas nesses locais. Uma economia mais pujante, mais potente, acabou acarretando em mais óbitos, apesar de ser um município menos vulnerável nós tivemos mais óbitos. Isso hoje parece um pouco óbvio na medida que a população que está ocupada, municípios que tem e economia pujante a sua população de certa forma ficou mais exposta às atividades externas, à circulação e se contaminou mais. Rafael esclareceu que um município ser mais vulnerável na pesquisa não significa que terá um pior desempenho, já que isso depende das medidas sanitárias adotadas pelos gestores públicos.  Para o senador Esperidião Amim, do PP de Santa Catarina, a pesquisa é importante para que o Brasil esteja mais preparado para as próximas epidemias. Parece que quando é possível que a atividade econômica dominante num bairro ou em uma cidade seja suscetível ao trabalho remoto tudo indica que deve reduzir a vulnerabilidade. O estudo é importante principalmente se puder nos ajudar a conhecer um pouco mais a pandemia e nos prevenir das outras. O Instituto Votorantim apresentou, ainda, o Índice de Eficácia no Enfrentamento da Pandemia de Covid-19. Nele, é projetada uma média do número de mortes esperadas em cada município de acordo com as características da cidade. Foram consideradas as capitais mais eficazes no combate à pandemia Florianópolis, São Paulo e Palmas. Já os piores resultados ficaram com Cuiabá, Manaus e Porto Velho. Da Rádio Senado, Marcella Cunha

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