Ex-secretário de Saúde do DF nega irregularidades, mas senadores apontam investigações do MP e TCU — Rádio Senado
CPI da Pandemia

Ex-secretário de Saúde do DF nega irregularidades, mas senadores apontam investigações do MP e TCU

O ex-secretário de Saúde do Distrito Federal, Francisco Araújo, negou irregularidades, apesar da prisão por suspeita de superfaturamento na compra de testes rápidos ineficazes. Disse que não conhece os donos da Precisa Medicamentos, nem favoreceu a empresa. O senador Izalci Lucas (PSDB-DF) ressaltou a atuação dos mesmos agentes políticos, servidores e empresários no Ministério da Saúde e na Secretaria de Saúde de Brasília. 

02/09/2021, 18h42 - ATUALIZADO EM 02/09/2021, 18h42
Duração de áudio: 03:15
Roque de Sá/Agência Senado

Transcrição
EX-SECRETÁRIO DE SAÚDE DO DISTRITO FEDERAL NEGA FAVORECIMENTO À PRECISA MEDICAMENTOS E IRREGULARIDADES NA COMPRA DE TESTE RÁPIDO. SENADORES APONTAM PARA O MESMO ESQUEMA DO MINISTÉRIO DA SAÚDE NO GOVERNO DE BRASÍLIA. REPÓRTER HÉRICA CHRISTIAN. Em depoimento à CPI da Pandemia, o ex-secretário de Saúde do Distrito Federal, Francisco Araújo, negou irregularidades na gestão dele de maio a setembro do ano passado. Ele acabou preso na Operação Falso Negativo da Polícia Civil do Distrito Federal por suspeita de superfaturamento na compra de testes rápidos ineficazes. Francisco Araújo disse que não conhece os donos da Precisa Medicamentos ou outros empresários do setor da saúde. Explicou que diante da necessidade de testes no início da pandemia modificou o processo de licitação para comprar uma quantidade maior, o que foi interpretado como favorecimento à Precisa. Acrescentou que as duas empresas vencedoras não tinham os testes naquele momento ao contrário da Precisa,  que vendeu pelo maior preço, justificado por ele pela entrega imediata. O ex-secretário disse ainda que a empresa de brinquedos, Luna Park, que também vendeu testes de covid pelo maior preço podia importar os itens médicos. Segundo ele, os produtos foram entregues, mas a empresa até hoje não recebeu do governo o pagamento. Apesar de o Tribunal de Contas da União proibir a ocupação de cargos públicos por 8 anos, Francisco Araújo se diz inocente. Eu não respondo por corrupção, não me condenaram nesse processo todo. E daí, quando eu respondi no início que eu durmo tranquilo por conta disso, eu nunca sentei com nenhum empresário dessas empresas, eu não comprei testes que não fossem com a certificação da Anvisa. E, nos testes que foram comprados, como se falou muito dessa questão do sobrepreço, dentro do processo de A a Z, no inteiro teor, tem lá a empresa que ganhou e não tinha para entregar e assim sucessivamente. O senador Izalci Lucas, do PSDB do Distrito Federal, ressaltou a atuação dos mesmos grupos de agentes políticos, servidores e empresários no Ministério da Saúde e na Secretaria de Saúde de Brasília, em especial, da Precisa Medicamentos. O que eu estou afirmando e tenho provas cabais é que o modus operandi. E disse aqui quem são os operadores daqui do GDF e quem são alguns operadores do governo federal, são os mesmos, os mesmos procedimentos. Basta ver então: o Osnei trabalhou no Ministério da Saúde, o Adeilson trabalhou no Ministério da Saúde e é quem está comandando o processo aqui no Distrito Federal.   A senadora Leila Barros, do Cidadania do Distrito Federal, questionou a responsabilidade do ex-secretário na compra de testes ineficazes que podem ter causado a morte de pacientes que acreditaram que não estavam contaminados pela covid-19. É possível que mais de 24 mil pessoas da Capital do País tenham tido contato com o vírus sem saber na época, o que certamente resultou em pessoas que voltaram para suas casas achando que não tinham a doença, retardaram a procura de atendimento e ainda podem ter contaminado outras pessoas, ocasionando seguramente mortes evitáveis. O ex-secretário de Saúde do DF foi denunciado por organização criminosa, fraude à licitação e na entrega da mercadoria e desvio de dinheiro público. Da Rádio Senado, Hérica Christian.

Ao vivo
00:0000:00