Debate aponta defasagem na formação profissional em tecnologia
Os convidados para audiência pública na “Comissão Senado do Futuro” (CSF), que debateu “A superação da escassez de recursos humanos para a transformação da economia brasileira”, afirmaram que há a necessidade de se melhorar a formação dos profissionais para o mercado de trabalho com ênfase nas tecnologias digitais e no inglês. Também é preciso aproximar as escolas e universidades do mercado de trabalho.

Transcrição
DEBATEDORES EM AUDIÊNCIA NA COMISSÃO SENADO DO FUTURO MOSTRARAM QUE FALTA DE ACESSO À EDUCAÇÃO PROFISSIONAL DE QUALIDADE CRIA BARREIRAS PARA O DESENVOLVIMENTO DA ECONOMIA BRASILEIRA
QUALIFICAÇÃO NA ÁREA DE TECNOLOGIAS DIGITAIS É UMA DAS PRINCIPAIS DEMANDAS. A REPORTAGEM É DE REGINA PINHEIRO
A audiência pública debateu “A superação da escassez de recursos humanos para a transformação da economia brasileira”. O Gerente de Remuneração, Benefícios e Segurança do Trabalho na Empresa Klabin, produtora de papéis, Adolfo Furtado, afirmou que atualmente as empresas precisam aplicar recursos na formação de profissionais e que isso está relacionado ao custo Brasil:
Nós temos profissionais sem conhecimento básico em tecnologias digitais, baixa quantidade de profissionais capacitados e uma grande disputa por profissionais qualificados no setor. A gente ouve muito falar sobre o custo Brasil e um pouco desse custo é esse tempo que a gente precisa de fazer uma nova formação, de melhorar a formação, melhorar o desenvolvimento das pessoas pra que então, eu possa atuar nos meus projetos e fazer projetos de novas operações para o futuro e fazer melhoria das operações que nós temos.
O Sócio-Diretor da Eyesonfuture , empresa de recrutamento profissional, Heitor Mello Peixoto, apontou a necessidade da melhoria de três aspectos na formação dos trabalhadores: necessidade de conhecimento da língua inglesa; aumento da qualificação na área de tecnologia e profissionalização do empreendedorismo, com entendimento de conceitos como fluxo de caixa. O Consultor sênior da Korn Ferry, consultoria organizacional, Paulo Pássaro, observou que é preciso haver uma parceria entre a universidade e o mercado de trabalho:
É uma parceria da empresa com a universidade ou com o setor educacional pra realmente adequar o conteúdo. O que hoje a universidade infelizmente, não necessariamente tem, mas elas, às vezes, estão distantes do mercado de trabalho. A empresa tem um custo adicional para adequar o recurso àquela que é a sua necessidade. Provavelmente, também diminuindo a sua competitividade.
O debate foi feito a pedido do presidente da Comissão Senado do Futuro, senador Izalci Lucas, do PSDB do Distrito Federal, que também ressaltou a necessidade de se aproximar a escola do mercado:
E vejo os desafios que nós temos, porque essa dificuldade de aproximação das universidades, dos institutos federais, técnicos, das escolas profissionais do mercado. A empresa está se virando e ela mesma capacitando, porque ela não encontra no mercado e na área de tecnologia é gritante, acho que estão faltando 600 mil profissionais neste mercado, que não tem. E as pessoas se formando em coisas que o mercado já não precisa mais.
A Diretora de Recursos Humanos da International Flavors and Fragances, Dalva Moreira, disse que apesar de o brasileiro estar familiarizado com tecnologias da comunicação, como aplicativos de mensagens, é necessário que de usuário ele passe a ter competências para ser criador dessas ferramentas. Ela ainda afirmou que um trabalhador pode agregar aproximadamente R$ 400 em sua renda mensal adquirindo competências digitais. Da Rádio Senado, Regina Pinheiro