Wizard opta por silêncio, mas nega existência de gabinete paralelo — Rádio Senado
CPI da Pandemia

Wizard opta por silêncio, mas nega existência de gabinete paralelo

O empresário Carlos Wizard confirmou ter sido voluntário no Ministério da Saúde, mas negou a existência de um gabinete paralelo. E para não responder a perguntas, se valeu de um habeas corpus. O presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), anunciou recurso ao STF para tentar ouvir o empresário. O senador Eduardo Girão (Podemos-CE) criticou o STF por impedir as investigações da CPI.

30/06/2021, 18h15 - ATUALIZADO EM 01/07/2021, 07h47
Duração de áudio: 03:08
Edilson Rodrigues/Agência Senado

Transcrição
APÓS NEGAR A EXISTÊNCIA DO GABINETE PARALELO, O EMPRESÁRIO CARLOS WIZARD SE RECUSA A RESPONDER PERGUNTAS NO DEPOIMENTO. SENADORES DECIDEM RECORRER DESSE HABEAS CORPUS E MANTER RETIDO O PASSAPORTE DO INVESTIGADO. REPÓRTER HÉRICA CHRISTIAN. Nos primeiros minutos de depoimento, o empresário Carlos Wizard negou que estivesse nos Estados Unidos para não prestar depoimento à CPI da Pandemia. Disse que acompanhava o pai adoentado e a filha que tem gravidez de risco. Carlos Wizard confirmou convite do ex-ministro Eduardo Pazuello para assumir um cargo no Ministério da Saúde. Mas só aceitou atuar como voluntário. Ele negou ser defensor do tratamento precoce ou da tese de imunidade de rebanho alegando não ser médico. Comentou que favorável à vacinação se dispôs a comprar imunizantes para a população. Ao confirmar encontros públicos com o presidente Bolsonaro, o empresário afirmou desconhecer um suposto gabinete paralelo. A minha disposição de servir o país combatendo a pandemia e salvando as vidas faz com que eu seja acusado a pertencer a um suposto gabinete paralelo. Jamais tomei conhecimento de qualquer governo paralelo. Se porventura esse suposto gabinete paralelo existiu, eu jamais tomei conhecimento. Jamais fui convidado, abordado, convocado para participar de qualquer gabinete paralelo. Após alguns esclarecimentos, Carlos Wizard anunciou que não responderia a perguntas citando um habeas corpus do Supremo Tribunal Federal. Os senadores exibiram vídeos com declarações do empresário favoráveis ao tratamento precoce e à compra de vacinas pela iniciativa privada para imunização de seus funcionários e contrárias ao lockdown. O presidente da CPI, senador Omar Aziz, do PSD do Amazonas, anunciou que a comissão vai tentar ouvir novamente o empresário. O habeas corpus lhe concedeu o direito de vir aqui e ler uma única frase. Iremos recorrer, fazendo um apelo ao ministro, ao Supremo para que possamos dar como essa fala do senhor de exemplo, porque não pode ficar impune. O senhor não pode ficar impune. O senhor não pode ficar impune em nome de 516 mil vidas. O senador Eduardo Girão, do Podemos do Ceará, lamentou a decisão do empresário de permanecer em silêncio e criticou o Supremo Tribunal Federal por dificultar os trabalhos da CPI. O nosso Supremo Tribunal Federal, mais uma vez, se equivoca, atrapalha nossos trabalhos. Ele, que mandou a gente abrir esta CPI, não deixa vir governadores aqui para a gente poder rastrear a corrupção e, neste momento, também impede que o senhor possa falar, responder perguntas que acho que seriam muito esclarecedoras para a Nação, até para que o senhor possa mostrar o seu trabalho humanístico, o seu trabalho cristão. O relator da CPI, Renan Calheiros, do MDB de Alagoas, defende que a Comissão mantenha retido o passaporte do empresário. A medida foi adotada após a ausência de Carlos Wizard no último dia 17 na Comissão. Da Rádio Senado, Hérica Christian.

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