Comissão de Direitos Humanos debate privatização da Eletrobrás — Rádio Senado
Audiência pública

Comissão de Direitos Humanos debate privatização da Eletrobrás

A Comissão de Direitos Humanos debateu nesta segunda-feira (31) o impacto da privatização da Eletrobrás, prevista em Medida Provisória já aprovada pela Câmara dos Deputados. Especialistas apontam que a desestatização pode gerar aumento na conta de luz e racionamento energético. 

31/05/2021, 12h59 - ATUALIZADO EM 31/05/2021, 12h59
Duração de áudio: 02:15
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Transcrição
LOC: COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS DEBATE O IMPACTO DA PRIVATIZAÇÃO DA ELETROBRÁS PARA A POPULAÇÃO. LOC: ESPECIALISTAS APONTAM QUE A DESESTATIZAÇÃO PODE GERAR AUMENTO NA CONTA DE LUZ E RACIONAMENTO DE ENERGIA. REPÓRTER RAQUEL TEIXEIRA. (Repórter) A Comissão de Direito Humanos ouviu especialistas sobre os impactos de uma medida provisória já aprovada pela Câmara dos Deputados que prevê a privatização da Eletrobras. O diretor da Associação de Técnicos do Sistema Eletrobras, Íkaro Chaves, alertou para o aumento de 13% na conta de luz. (Íkaro Chaves) A indústria elétrica não é uma indústria qualquer, é a indústria básica. Praticamente, não há brasileiro que não use energia elétrica na sua vida. O racionamento é uma possibilidade cada vez maior, mas uma elevação substancial da tarifa é uma certeza. Alguns especialistas preveem 13% ou 14% este ano. (Repórter) O senador Paulo Paim, do PT do Rio Grande do Sul, destacou que os consumidores serão os maiores prejudicados. (Paulo Paim) A distribuição de energia elétrica, serviço essencial para a população, chegará às famílias e às fábricas com um custo maior do que o que é pago até o momento. Isso vai gerar efeito cascata, ou seja, os valores dos produtos finais também aumentarão de preço, desequilibrando o orçamento das famílias e, consequentemente, influenciando negativamente o processo inflacionário. (Repórter) A senadora Zenaide Maia, do Pros do Rio Grande do Norte, argumentou que a privatização da Eletrobras vai comprometer a indústria nacional. (Zenaide Maia) Nós já temos fome de muita gente, muitos brasileiros, 20 milhões. E agora nós queremos condenar o povo brasileiro à escuridão? E outra coisa: vai matar as empresas, gente, o comércio, a indústria. O Brasil tinha uma vantagem ainda na indústria porque a energia era barata. (Repórter) E para Nilda Gondim, do MDB da Paraíba, não há motivos para se privatizar a empresa. (Nilda Gondim) A Eletrobras é uma empresa lucrativa. Isso está claro. Em 2020, obteve o lucro de 6,4 bilhões. Além disso, entre os anos de 2000 a 2020, a Eletrobras repassou para o caixa da União o montante de R$ 19,3 bilhões em dividendos em valores atualizados. Se a empresa é tão importante, tão lucrativa, por que privatizar? (Repórter) A privatização também vai ser debatida em outra sessão especial do Senado, antes da votação da medida provisória.

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