Comissão discute com Ministério da Saúde uso de recursos em UTIs de covid — Rádio Senado
Pandemia

Comissão discute com Ministério da Saúde uso de recursos em UTIs de covid

A comissão que acompanha as ações contra a pandemia ouviu especialistas sobre a inclusão no Sistema Único de Saúde da oxigenação extracorpórea para tratamento de covid. O método, conhecido como ECMO, funciona como um pulmão artificial e tem um custo diário de R$ 30 mil. Além de cara, a tecnologia exige alta especialização de profissionais e se aplicaria a apenas 1% dos pacientes com síndrome respiratória aguda grave. 

28/05/2021, 17h49 - ATUALIZADO EM 28/05/2021, 18h27
Duração de áudio: 03:06
Roque de Sá/Agência Senado

Transcrição
LOC: ESPECIALISTAS DEFENDEM, NA COMISSÃO DA COVID, QUE TECNOLOGIA DO PULMÃO ARTIFICIAL, CONHECIDA COMO ECMO, NÃO TERIA IMPACTO NA REDUÇÃO DE MORTES PELO SUS. LOC: SENADOR ALERTA PARA O ALTO ÍNDICE DE MORTES APÓS INTUBAÇÃO, ESPECIALMENTE NAS REGIÕES NORTE E NORDESTE. A REPORTAGEM É DE MARCELLA CUNHA TÉC: A comissão que acompanha as ações contra a pandemia ouviu especialistas sobre a inclusão no Sistema Único de Saúde da oxigenação extracorpórea para tratamento de covid. O método, conhecido como ECMO, funciona como um pulmão artificial e tem um custo diário de R$ 30 mil. Além de cara, a tecnologia exige alta especialização de profissionais e se aplicaria a apenas 1% dos pacientes com síndrome respiratória aguda grave. Segundo a Coordenadora-Geral de Gestão de Tecnologias da Saúde do Ministério da Saúde, Priscilla Louly, esses foram os motivos da não inclusão do tratamento no sistema público. Nove centros médicos do SUS já disponibilizam o ECMO, mas todos na Região Sudeste. O vice-presidente da comissão, senador Styvenson Valentim, do Podemos do Rio Grande do Norte, indagou se o recurso terapêutico poderia contribuir para a redução do alto índice de mortes pós- intubação, que chega a 80% dos casos e é mais alto nas regiões Norte e Nordeste. (Styvenson) Os motivos têm vários, desde a inexperiência, a falta de preparo dos médicos, à falta de um protocolo, o excesso de pessoas aguardando na fila das UTIs, causando improviso, com pessoas sendo intubadas em corredores e não em UTIs, causando risco de infecção. (REP) Para o representante da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, Bruno do Valle, a causa das mortes é multifatorial e o uso do ECMO não seria decisivo. (Bruno) Não é a falta de ECMO que está gerando esse 80%. São múltiplos fatores, a ECMO tá longe de ser o mais importante. Aumentar número de leitos, continuar investindo na capacitação dos profissionais, todo esse cuidado de distanciamento e vacinação para que pacientes cheguem em fluxo menor aumentando a possibilidade da gente cuidar desses pacientes e uma gestão melhor daquilo que existe. (REP) A comissão também discutiu a falta de medicamentos necessários para intubação. Segundo o representante do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos, Nelson Mussolini, os fabricantes aumentaram a produção em até 20 vezes, mas a alta demanda impede que os hospitais consigam estocar esses remédios. (Nelson) Nós estamos trabalhando do prato para a boca. Eu compro ampola, preencho ampola e entrego ampola. Isso vai ter que ser uma ação diária. Ninguém vai conseguir ter estoques superiores a cinco dias, hoje, dentro dos hospitais, dentro das secretarias de saúde. É impossível imaginar alguma coisa nesse sentido. E não é só aqui no Brasil, é no mundo inteiro. (REP) Já a Coordenadora do Plano Nacional de Imunização, Francieli Fantinato, confirmou à comissão a eficácia de maior intervalo do que o recomendando na bula entre as duas doses da Pfizer. Ela anunciou que quase metade das pessoas com comorbidades já foram vacinadas e que a próxima remessa de imunizantes será destinada a profissionais de educação e à retomada da vacinação por idade. Da Rádio Senado, Marcella Cunha Nota: O vice-presidente da comissão que debate as ações contra a pandemia, senador Styvenson Valentim (PODE-RN), indagou especialistas sobre o alto índice de mortes após intubação de pacientes com covid-19, especialmente no Norte e no Nordeste. Os convidados discutiram, ainda, a inclusão da oxigenação extracorpórea no Sistema Único de Saúde. Mas a Coordenadora-Geral de Gestão de Tecnologias da Saúde do Ministério da Saúde, Priscilla Louly, explicou que além de cara, a tecnologia exige grande capacitação profissional. A reportagem é de Marcella Cunha

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