Pazuello nega que tenha deixado Pfizer sem respostas
Em depoimento à CPI da Pandemia nesta quarta-feira (19), o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello negou que tenha havido falta de resposta às propostas da Pfizer para venda de vacinas ao país. De acordo com o general, as negociações com a empresa não avançaram em função das cláusulas iniciais. Pazuello lembrou que órgãos de controle do governo federal chegaram a recomendar a não assinatura de um memorando de intenções com a Pfizer.
Transcrição
LOC: O RELATOR DA CPI DA PANDEMIA, RENAN CALHEIROS, DO MDB DE ALAGOAS, INDAGOU SOBRE UMA POSSÍVEL FALTA DE RESPOSTAS NA NEGOCIAÇÃO COM A PFIZER. PAZUELLO NEGOU QUE HOUVE FALTA DE RESPOSTAS À EMPRESA E AFIRMOU QUE A NEGOCIAÇÃO TRAVOU EM FUNÇÃO DAS CLÁUSULAS INICIAIS. REPÓRTER RODRIGO RESENDE.
TÉC: O relator da CPI da Pandemia, Renan Calheiros, do MDB de Alagoas, indagou ao ex-ministro Eduardo Pazuello sobre uma possível falta de respostas na negociação com a Pfizer:
(Renan) o governo não respondeu as propostas para o fornecimento de vacinas ao Brasil desde agosto de 2020. Uma delas com entrega de 1,5 milhões de doses a partir de dezembro de 2020. E que totalizavam cerca de 14,5 milhões até o primeiro semestre de 2021. Contudo, de acordo com o relato do representante da Pfizer, somente em novembro, o ministro da Saúde participou efetivamente das negociações que foram esfriadas por conta de uma suposta inadequação da legislação, as cláusulas de contrato que vossa excelência qualificou em entrevistas como leoninas. Porque vossa excelência não respondeu às sete propostas feitas pela Pfizer ao longo dos seis meses?
(REP) Pazuello negou que houve falta de respostas à empresa e afirmou que a negociação travou em função das cláusulas iniciais:
(Pazuello) E nos colocando cinco cláusulas complicadíssimas. E os senhores todos conhecem. Mas eu posso relembrar. Então nós estamos falando de ativos no exterior e fundos, eu, ou fundos, nós estamos falando de isenção completa da responsabilidade por efeitos colaterais e transferência do fórum pra julgamento das ações pra Nova York. Estavam falando de pagamento adiantado? Falando de assinatura do Presidente da República, em contrato, coisa que não existe na nossa legislação e estávamos falando de não existirem multas quanto atraso de entrega. Isso pra ouvir isso a primeira vez, talvez todos nós hoje possamos ouvir com de normalidade, mas a primeira vez que eu ouvi isso eu achei muito estranho, muito estranho.
(REP) Pazuello afirmou que órgãos de controle do governo federal chegaram a recomendar a não assinatura de um memorando de intenções com a Pfizer. Da Rádio Senado, Rodrigo Resende.
