Comando da CMA critica política ambiental de Bolsonaro após discurso na Cúpula do Clima
O presidente Jair Bolsonaro afirmou na Cúpula do Clima que o Brasil está aberto à cooperação internacional na área ambiental. Ele também declarou que o país buscará reduzir a zero o balanço das emissões de carbono, atingindo a chamada neutralidade climática, até 2050, dez anos antes do compromisso anterior. Presidente e vice da Comissão de Meio Ambiente, Jaques Wagner (PT-BA) e Confúcio Moura (MDB-RO), criticaram a atual política ambiental do governo
Transcrição
LOC: O DISCURSO DO PRESIDENTE JAIR BOLSONARO NA CÚPULA DO CLIMA REPERCUTIU NO SENADO.
LOC: COMANDANTES DA COMISSÃO DE MEIO AMBIENTE DO SENADO CRITICARAM A POLÍTICA DO GOVERNO PARA O SETOR. O REPÓRTER PEDRO PINCER TEM MAIS INFORMAÇÕES.
TÉC: A Cúpula do Clima, realizada de maneira virtual, foi liderada pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, reuniu chefes de Estado e de governo, além de outros convidados, como o papa Francisco e a líder indígena brasileira Sinéia do Vale. Em seu pronunciamento, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que o Brasil está aberto à cooperação internacional na área ambiental. Ele também declarou que o país buscará reduzir a zero o balanço das emissões de carbono, atingindo a chamada neutralidade climática, até 2050, dez anos antes do compromisso anterior. Além disso, o presidente se comprometeu a eliminar o desmatamento ilegal até 2030. Para o presidente da Comissão de Meio Ambiente, senador Jaques Wagner, do PT da Bahia, Bolsonaro apresentou um discurso decepcionante, sem conteúdo e sem compromisso com o meio ambiente.
(Jaques Wagner) Uma fala cheia de mentiras, falando de coisas que não foram feitas por esse governo, esquecendo ou negando o desmatamento recorde que nós estamos tendo. Fala que precisa de dinheiro novo para poder fazer o combate às questões do desmatamento e deixa de dizer que tem quase 3 bilhões do Fundo Amazônia, que só estão paralisados pela postura do governo.
REP: Já o vice-presidente do colegiado, Confúcio Moura, afirmou que embora o tom do discurso tenha sido de aproximação e de boa vontade, é preciso que medidas práticas sejam tomadas. O senador disse que a atual política ambiental do governo inclui o desmonte dos órgãos fiscalizadores, como o Ibama e o ICMbio e afirmou que o Brasil precisa fazer o dever de casa. Para Confúcio o primeiro passo deve ser a saída de Ricardo Salles do Ministério do meio ambiente:
(Confúcio Moura) É a exoneração do ministro, que realmente é uma pessoa que não demonstra confiança pra ninguém, então é essencial a sua substituição por algum outro técnico que entenda de políticas ambientais e que possa estabelecer um relacionamento com o mundo de maneira confiável. Essa questão de pedir dinheiro para fazer, isso não soa bem.
REP: O próximo encontro mundial sobre clima e meio ambiente é a 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, que está programada para novembro, na Escócia. Da Rádio Senado, Pedro Pincer