Com divergências entre Anvisa e Butantan, senadores ouvem especialistas sobre quebra de patentes — Rádio Senado
Imunização

Com divergências entre Anvisa e Butantan, senadores ouvem especialistas sobre quebra de patentes

A comissão que acompanha as ações de enfrentamento à pandemia ouviu nesta quinta-feira (8) especialistas sobre a possibilidade de quebra de patentes de vacinas contra a covid-19. O pedido da audiência foi feito pelo senador Tasso Jereissati (PSDB-CE). Segundo o Instituto Butantan e o Itamaraty, a medida poderia prejudicar o recebimento das vacinas já compradas. Já a Anvisa defende a quebra de patentes, por entender que se trata de momento inédito na humanidade que requer medidas excepcionais. Para o senador Oriovisto Guimarães (PODE-PR), o debate deixou claro que a medida não é a melhor saída a curto prazo.  

08/04/2021, 14h08 - ATUALIZADO EM 08/04/2021, 18h14
Duração de áudio: 02:06
Reprodução/TV Senado

Transcrição
LOC: A COMISSÃO QUE ACOMPANHA AS AÇÕES CONTRA A COVID-19 OUVIU ESPECIALISTAS SOBRE A QUEBRA DE PATENTES DE VACINAS CONTRA A DOENÇA. LOC: O ITAMARATY ALERTOU PARA RETALIAÇÃO E ATRASO NA ENTREGA DE IMUNIZANTES JÁ COMPRADOS PELO BRASIL. A ANVISA DEFENDE SE TRATAR DE MOMENTO INÉDITO NA HUMANIDADE. A REPORTAGEM É DE MARCELLA CUNHA TÉC: A comissão que acompanha as ações contra a pandemia discutiu nesta quinta-feira a possibilidade de quebra de patente de vacinas contra a covid-19. O pedido foi feito pelo senador Tasso Jereissati, do PSDB do Ceará. Para o diretor da Anvisa, Antônio Barra Torres, se trata de uma medida excepcional que deve ser acatada em um momento de pandemia. (Torres) É lógico que todos nós temos que pagar contas. O fato é que estamos diante de um momento inédito na humanidade. Então, como médico, como ser humano, como cidadão, como militar, entendo que a quebra de patentes pode ser, sim, algo útil nesse momento. (REP) Já o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, acredita que a medida traria dificuldades adicionais, sujeitando o país a retaliações e prejudicando as patentes brasileiras. O representante do Itamaraty, João Lucas Almeida, alertou para uma possível interrupção de colaborações fundamentais para o Brasil. (João Lucas) Nós temos que ser pragmáticos: quebrar patente nesse momento provavelmente vai gerar uma desorganização do mercado, gerar um sentimento de desconfiança com relação aos poucos supridores de vacinas, e poderia, na verdade, até mesmo atrasar esse suprimento, no curtíssimo prazo, de IFAS e de vacinas que nós tanto queremos. (REP) O senador Oriovisto Guimarães, do Podemos do Paraná, avalia que a quebra de patentes é mais um modo de politizar a doença. (Oriovisto) Tivemos a politização de um lado, que receitava cloroquina, que negava a doença e agora vamos ter a politização de outro lado que quer quebrar a patente e colocar no capitalismo a culpa pelo vírus. Não, pelo amor de Deus não podemos errar mais, ficou muito claro que a quebra de patentes não é o melhor caminho para termos vacina a curto prazo. (REP) Pela polêmica, foi adiada a votação do projeto de quebra de patentes, de autoria do senador Paulo Paim, do PT do Rio Grande do Sul. Da Rádio Senado, Marcella Cunha

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