Anvisa está aberta para produção de vacina em fábricas de imunizante animal — Rádio Senado
Pandemia

Anvisa está aberta para produção de vacina em fábricas de imunizante animal

Em reunião na comissão que acompanha as ações de enfrentamento da pandemia, a Anvisa afirmou estar aberta à produção de vacinas contra a covid-19 em fábricas de imunizante agropecuário. Segundo o Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal, o país tem três fábricas que precisam de pequenos ajustes para iniciar a produção de 200 milhões de doses de vacina de vírus inativado, como a CoronaVac e a Covaxin. O relator da comissão, senador Wellington Fagundes (PL-MT), aposta nesta solução para diminuir o atraso na vacinação dos brasileiros. A reportagem é de Marcella Cunha.

29/03/2021, 14h05 - ATUALIZADO EM 29/03/2021, 14h05
Duração de áudio: 02:31
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Transcrição
LOC: A ANVISA NÃO SE OPÕE À POSSÍVEL PRODUÇÃO DA VACINA CONTRA O NOVO CORONAVÍRUS EM FÁBRICAS DE IMUNIZANTE CONTRA A FEBRE AFTOSA. LOC: EM REUNIÃO NA COMISSÃO DA COVID, A INDÚSTRIA AGROPECUÁRIA CITOU A CAPACIDADE DE FABRICAÇÃO DE 200 MILHÕES DE DOSES EM TRÊS MESES. A REPORTAGEM É DE MARCELLA CUNHA (Repórter) A indústria produtora de insumos animais diz ter condições de produzir, em território nacional, 200 milhões de doses de vacina contra o coronavírus em 90 dias. Para isso, é preciso receber o que eles chamam de célula-mãe, o insumo necessário para fabricar vacinas que usam vírus inativado, como a Coronavac e Covaxin. Em conversa com o Instituto Butantan, o representante do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal, Emilio Salani, confirmou que o processo de produção das vacinas é semelhante. (Emilio Salani) Pelo tipo de célula que usa, pelo tipo de inativante que usa, a gente viu que não tem nada estranho à nossa produção, correto? São plantas que são à prova de escape de vírus, tratamentos de afluentes, com portas ativas, gradientes de pressão negativa, ou seja, para qualquer introdução de agente biológico nessas plantas, nós podemos garantir o controle total dele, o não escape para o território brasileiro. (Repórter) O Brasil tem hoje três fábricas de vacina contra a febre aftosa com alta tecnologia de biossegurança, sendo necessários pequenos ajustes para serem elevados ao nível NB-4, para se adequar ao Sars-CoV-2, como regras de controle da respiração de funcionários com o uso de escafandro. Segundo a diretora da Anvisa, Meiruze Freitas, a agência está aberta para avaliar a possibilidade de produção nessas fábricas. (Meiruze Freitas) Vamos avaliar essa questão da produção, em especial a transferência de tecnologia do insumo farmacêutico ativo e também as questões relacionadas ao envase e à formulação, que são mais específicas para utilização em humanos. Então, eu queria colocar que estamos abertos e vamos avaliar todas as possibilidades, considerando o potencial que o Brasil tem dentro do parque de produção de vacinas no âmbito veterinário. (Repórter) Para o relator da comissão da covid-19, senador Wellington Fagundes, do PL de Mato Grosso, a medida é a forma mais eficiente de reverter o atraso na vacinação no Brasil. (Wellington Fagundes ) O IFA que nós estamos importando é simplesmente a vacina pronta. O que está sendo feito hoje no Brasil é o envase pelo Instituto Butantan e pela Fiocruz. A partir do momento em que tivermos aqui a célula-mãe, passam a produzir o IFA e, consequentemente, a vacina 100% brasileira. (Repórter) Também participaram da reunião representantes dos Mistérios da Agropecuária, Saúde e Ciência e Tecnologia.

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