Privatização dos serviços postais repercute entre os senadores — Rádio Senado
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Privatização dos serviços postais repercute entre os senadores

Já está no Congresso Nacional projeto de lei (PL 591/2021) que abre caminho para a privatização do serviço de correios. Texto já entregue será analisado primeiro pelos deputados, mas já repercute no Senado. Parlamentares do PT, como Paulo Paim (RS) e Humberto Costa (PE), criticaram a proposta. Já Plínio Valério (PSDB-AM), disse que o fim do monopólio público nos serviços postais é desejável para o País. Alessandro Vieira (Cidadania-SE) afirmou que o assunto deve ser visto com todo cuidado e, junto com Antonio Anastasia (PSD-MG), entende que o projeto parece ter sido mais uma sinalização do governo de que prevalece a orientação liberal na economia do que propriamente desejo de fazer a privatização agora. 

25/02/2021, 14h12 - ATUALIZADO EM 25/02/2021, 14h12
Duração de áudio: 02:28
Marcos Oliveira/Agência Senado.

Transcrição
LOC: JÁ ESTÁ NO CONGRESSO NACIONAL PROJETO DE LEI QUE ABRE CAMINHO PARA A PRIVATIZAÇÃO DOS CORREIOS. LOC: ENTREGUE NESSA QUARTA-FEIRA PARA A ANÁLISE, PRIMEIRO, DOS DEPUTADOS, A PROPOSTA JÁ REPERCUTE NO SENADO. REPÓRTER BRUNO LOURENÇO. TÉC: Senadores do PT, como Paulo Paim, do Rio Grande do Sul, e Humberto Costa, de Pernambuco, criticaram o projeto que permitirá a privatização dos Correios. Humberto Costa ressaltou a credibilidade da estatal. (Humberto Costa): Entendo que o serviço de correios é um serviço que é importante pelo ponto de vista estratégico ser controlado pelo setor público. Empresa que tem alta credibilidade junto à população. Tem inclusive lucratividade e não vejo muito sentido que venha a ser privatizada. (Repórter): Paulo Paim estranhou a privatização ser proposta neste momento. (Paim): O que tem por trás disso tudo? O balanço preliminar de janeiro a setembro de 2020 indicou o melhor faturamento desde 2012. Fechando o ano passado com um lucro de 1 bilhão de reais. (Repórter): Mas para Plínio Valério, senador do PSDB do Amazonas, o fim do monopólio público nos serviços postais é desejável para o País. (Plínio): Umas privatizações têm que ser feitas e uma delas é a dos Correios. Eu concordo. Essa mensagem que o presidente mandou pra cá, acenando com a possiblidade de privatizar os correios, acho muito bom. Correios vem cambaleando há muito tempo, desde a época do mensalão, lá nos outros governos. Precisa desse reforço, dessa força, desse oxigênio. (Repórter): Alessandro Vieira, do Cidadania de Sergipe, por outro lado, diz que o assunto deve ser visto com todo cuidado. (Alessandro Vieira): É preciso garantir que as empresas que são patrimônio de todos os brasileiros, tenham avaliação e preço corretos. E que se deduza de forma muito clara se é estratégico fazer esse tipo de movimentação neste momento. Essa empresa, particularmente, os Correios, tem histórico belíssimo. Passou por problemas de gestão muito sérios e precisa ser muito bem avaliada. É medida que parece apenas uma sinalização ao mercado após a intervenção feita na Petrobras e não medida que tenha efeitos concretos. (Repórter): Antonio Anastasia, do PSD de Minas Gerais, também entende que o projeto parece ter sido mais uma sinalização do governo de que prevalece a orientação liberal na economia do que propriamente disposição de fazer a privatização neste momento, junto com a Eletrobras. Da Rádio Senado, Bruno Lourenço.

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