Senadores criticam sugestão de congelamento de preço de alimentos — Rádio Senado
Economia

Senadores criticam sugestão de congelamento de preço de alimentos

A Secretaria Nacional do Consumidor, ligada ao Ministério da Justiça, notificou supermercados e produtores de alimentos sobre o aumento no preço de itens da cesta básica. Porém, o senador Oriovisto Guimarães (Podemos-PR) defende que a atuação do governo seja pelo aumento da oferta dos produtos e não pelo congelamento de preços. Já o senador Paulo Paim (PT-RS) lamentou o impacto no bolso dos mais pobres. A reportagem é de Marcella Cunha.


10/09/2020, 15h44 - ATUALIZADO EM 10/09/2020, 15h47
Duração de áudio: 02:32
Saco de arroz.
Foto: Ascom/Cidasc

Transcrição
LOC: O AUMENTO NO PREÇO DE ALIMENTOS DA CESTA BÁSICA REPERCUTIU ENTRE OS SENADORES. LOC: O MINISTÉRIO DA JUSTIÇA JÁ PEDIU EXPLICAÇÕES A SUPEMERCADOS E PRODUTORES SOBRE A ALTA DOS PREÇOS. A REPORTAGEM É DE MARCELLA CUNHA TÉC: A Secretaria Nacional do Consumidor, ligada ao Ministério da Justiça, quer que supermercados e produtores de alimentos expliquem o aumento no preço de itens da cesta básica. Um dos produtos que ficou mais caro foi o arroz. Em algumas cidades, o pacote de cinco quilos saltou de 15 para 40 reais. No interior de São Paulo, estabelecimentos já começam a limitar o número de pacotes por cliente. O presidente Jair Bolsonaro chegou a pedir que os supermercados sejam patriotas e não repassem o aumento para o consumidor. O senador Oriovisto Guimarães, do Podemos do Paraná, criticou a sugestão de congelamento dos preços e afirmou que brigar contra a lei da oferta e da procura é como brigar contra a lei da gravidade. (Oriovisto) Vai começar a controlar preço de supermercado? Se ele quer atuar nesses preços, ele tem que atuar aumentando a oferta, usar a Conab, usar estoques reguladores e colocar mais alimento nas prateleiras dos supermercados. Não vai ser por lei, não vai ser por ministério da justiça. (REP) Nos últimos 12 meses, houve um aumento de 120% no preço do arroz segundo um levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da USP. Outros alimentos, como óleo de soja e feijão, também subiram. O senador Paulo Paim, do PT do Rio Grande do Sul, lamentou que o impacto atinja principalmente o bolso dos mais pobres. (Paim) A população está em pânico. Os mais pobres e humildes são os mais atingidos. A alta dos preços dos alimentos, somados ao preço do gás, da luz, da água estão comprometendo o pequeno orçamento familiar em tempo de pandemia. Um produto que custava R$8,00 agora é R$12,00. Não sei o que vai ser do trabalhador. Vai trabalhar só para comer mesmo. (REP) Segundo o setor produtor de arroz, a exportação do grão foi intensificada por conta da desvalorização do Real. Com o aumento da demanda internacional pelo arroz brasileiro, por aqui o produto fica mais caro nas prateleiras. Já o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, atribuiu o aumento dos preços a maior procura por alimentos, resultado do pagamento do auxílio emergencial. Segundo economistas, o encarecimento dos alimentos não necessariamente levará a um aumento da inflação, que é caracterizada por uma alta generalizada e persistente dos preços. Da Rádio Senado, Marcella Cunha Foto: Ascom/Cidasc

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