Greve dos Correios repercute entre senadores
A Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas dos Correios e Similares decidiu entrar em greve nesta segunda-feira (17). Segundo a entidade, não há prazo para o fim da paralisação. Os grevistas são contra a privatização da estatal, reclamam de negligência com a saúde dos trabalhadores na pandemia e pedem que direitos trabalhistas sejam garantidos. A decisão repercutiu entre os senadores. As informações com o repórter Pedro Pincer, da Rádio Senado.

Transcrição
LOC: GREVE DOS CORREIOS REPERCUTE ENTRE SENADORES.
LOC: A PARALISAÇÃO OCORRE POR TEMPO INDETERMINADO, EM PROTESTO CONTRA A RETIRADA DE DIREITOS, A PRIVATIZAÇÃO DA EMPRESA E A AUSÊNCIA DE MEDIDAS CONTRA A PANDEMIA. REPÓRTER PEDRO PINCER:
(Repórter) A Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas dos Correios e Similares decidiu entrar em greve nesta segunda-feira. Segundo a entidade, não há prazo para o fim da paralisação. Os grevistas são contra a privatização da estatal, reclamam de negligência com a saúde dos trabalhadores na pandemia e pedem que direitos trabalhistas sejam garantidos. A federação afirma que desde julho os sindicatos tentam dialogar com a direção dos Correios sobre estes pedidos, o que, segundo eles, não aconteceu. Alegam que, em agosto, foram surpreendidos com a revogação do atual Acordo Coletivo que estaria em vigência até 2021. Também afirmam que foram retiradas cláusulas com direitos como 30% do adicional de risco, vale alimentação, licença maternidade de 180 dias, auxílio creche, indenização de morte, auxílio para filhos com necessidades especiais, pagamento de adicional noturno e horas extras. O senador Paulo Paim, do PT gaúcho, diz que a greve é a etapa de uma negociação e que o movimento já tem 70% de adesão. Ele afirma que a privatização é a razão por trás do que chamou de desmonte da estatal:
(Paulo Paim) Entregar um patrimônio que é do povo brasileiro, que são os Correios, ao setor privado. Isso é gravíssimo! Termino pedindo à empresa que tenha bom senso, estabeleça o diálogo com a categoria, porque estamos tratando de patrimônio nacional
(Repórter) Já o senador Marcos Rogério, do Democratas de Rondônia, disse que a empresa dá prejuízo ao governo e que uma possível privatização não é motivo para uma greve.
(Marcos Rogério) Se a greve é em razão de qualquer movimento de privatização, aí, com todo o respeito, não vejo legitimidade porque é uma empresa pública que só tem gerado prejuízos ao país. Não tem saldo positivo, cobra caro pelo que faz, não consegue administrar o que tem e tem pendurado as suas contas no Orçamento da União
(Repórter) Os Correios afirmam que as reivindicações custariam quase R$ 1 bilhão por ano, dez vezes o lucro obtido em 2019.