Diante de denúncias de corrupção, TCU vai analisar gastos durante a pandemia — Rádio Senado
Pandemia

Diante de denúncias de corrupção, TCU vai analisar gastos durante a pandemia

Com a liberação de grandes somas de dinheiro público e a dispensa de licitação para compras emergenciais ao enfrentamento da covid-19, as denúncias de desvios e corrupção começaram a surgir. O presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), ministro José Múcio Monteiro, afirmou que todos os gastos feitos durante a pandemia serão fiscalizados e analisados. O ministro participou de audiência pública nesta quinta-feira (18) na Comissão Mista destinada a acompanhar a situação fiscal e a execução orçamentária e financeira das medidas relacionadas ao combate ao novo coronavírus. O senador Izalci Lucas (PSDB-DF) sugeriu análise dos benefícios da Previdência. E o senador Wellington Fagundes (PL-MT) pediu ao TCU investigação das obras inacabadas, em especial, de hospitais. A reportagem é de Iara Farias Borges.

18/06/2020, 18h26 - ATUALIZADO EM 06/06/2024, 09h48
Duração de áudio: 02:50

Transcrição
LOC: O PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO, JOSÉ MÚCIO MONTEIRO, AFIRMOU QUE TODOS OS GASTOS COM A COVID-19 SERÃO ANALISADOS E OS BONS GESTORES PRESERVADOS. LOC: O MINISTRO PARTICIPOU DE AUDIÊNCIA PÚBLICA NESTA QUINTA-FEIRA NA COMISSÃO DE DEPUTADOS E SENADORES QUE ACOMPANHA OS GASTOS E MEDIDAS RELACIONADAS AO CORONAVÍRUS. REPORTAGEM DE IARA FARIAS BORGES. TÉC: Com a liberação de grandes somas de dinheiro público e a dispensa de licitação para compras emergenciais ao enfrentamento da covid-19, começaram a surgir denúncias de desvios e corrupção. Como exemplo, o presidente do TCU, Tribunal de Contas da União, José Múcio Monteiro, citou os 72 mil militares inscritos para receber o auxílio emergencial, pessoas que tiveram o CPF utilizado para receber o benefício e a aquisição de aventais pelo Ministério da Saúde por quase um bilhão de reais. As denúncias têm levado à prisão gestores de estados e municípios. A preocupação do ministro é em preservar os bons gestores, que precisam de recursos imediatos para tratar os doentes e os efeitos econômicos da pandemia. Ao afirmar que o TCU é um órgão de Estado e não de governo, o ministro José Múcio anunciou que todos os gastos relacionados ao enfrentamento da covid-19 serão analisados. (José Múcio): “Vamos estar presentes em tudo, assistir a tudo, ser testemunhas de tudo e, depois, vamos fiscalizar tudo que foi feito. Porque na emergência é muito difícil você distinguir quem quer salvar uma vida de quem quer melhorar a sua vida”. (Rep): O secretário-geral de Controle Externo, Paulo Martins, questionou os critérios adotados pelo Ministério da Saúde na distribuição de dinheiro a estados e municípios, que, na avaliação do Tribunal, deve ser feita de acordo com a incidência da covid-19. O senador Izaci Lucas, do PSDB do Distrito Federal, sugeriu investigação dos benefícios da Previdência. (Izalci Lucas): “Essa falta de análise dos benefícios trouxe um crescimento muito grande. De fevereiro para abril, aumentou de 245 mil para 422 mil pedidos”. (Rep): E o senador Wellington Fagundes, do PL mato-grossense, alertou sobre obras inacabadas, em especial, de hospitais que poderiam estar atendendo doentes de covid-19. (Wellington Fagundes): “Temos milhares de obras inacabadas e isso faz com que o recurso público seja desperdiçado. No Mato Grosso, temos 2 hospitais parados há mais de 20 anos. Também temos o hospital universitário, com recursos na conta, ministro, mais de 100 milhões, a obra começou há 8 anos e essa obra está parada. Se tivéssemos a conclusão desse hospital universitário, a situação de saúde seria muito melhor. Hoje temos carência de UTIs, principalmente para atender pacientes da covid”. (Rep): Na próxima terça-feira, 23, a Comissão ouvirá em audiência pública o ministro interino da Saúde, general Eduardo Pazuello. Da Rádio Senado, Iara Farias Borges.

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