Demissão de Sergio Moro do Ministério da Justiça repercute entre senadores — Rádio Senado
Governo Bolsonaro

Demissão de Sergio Moro do Ministério da Justiça repercute entre senadores

A demissão do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, repercutiu entre os senadores. O ex-juiz federal deixa a pasta após um ano e quatro meses no primeiro escalão alegando tentativa de interferência política do presidente Jair Bolsonaro. Para Alessandro Vieira (Cidadania-SE), a saída de Moro mostra que o governo não está preocupado com o combate à corrupção. Já o senador Marcos Rogério (DEM-RO) reconheceu o momento grave que o país atravessa e pediu lucidez ao presidente Jair Bolsonaro. Os detalhes com o repórter Pedro Pincer, da Rádio Senado.

24/04/2020, 18h34 - ATUALIZADO EM 24/04/2020, 18h38
Duração de áudio: 02:22
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, fala à  imprensa
Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Transcrição
LOC: DEMISSÃO DE SERGIO MORO DO MINISTÉRIO DA JUSTIÇA REPERCUTE ENTRE SENADORES LOC: EX-JUIZ ACUSOU PRESIDENTE JAIR BOLSONARO DE INTERFERÊNCIA POLÍTICA E DE QUERER LIVRE ACESSO A DADOS SIGILOSOS DA POLÍCIA FEDERAL. REPÓRTER PEDRO PINCER: TÉC: Ao pedir demissão do cargo de ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro alegou tentativa de interferência política do presidente Jair Bolsonaro. A gota d’água foi ter sido surpreendido com a publicação no Diário Oficial da demissão do diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo. Moro lembrou que, ao assumir o cargo, teve a promessa de carta branca nas nomeações. E acrescentou que a troca seria possível, desde que o presidente lhe apresentasse uma razão para isso. (Sergio Moro) O presidente me disse mais de uma vez, expressamente, que ele queria ter uma pessoa do contato pessoal dele, que ele pudesse ligar, que ele pudesse colher informações, que ele pudesse colher relatórios de inteligência, seja diretor, seja superintendente. E realmente não é o papel da Polícia Federal prestar esse tipo de informação. As investigações têm que ser preservadas. (REP) Segundo Moro, a autonomia da Polícia Federal é um valor fundamental que precisa ser mantido dentro do Estado de Direito. A demissão repercutiu entre os senadores. Para Alessandro Vieira, do Cidadania de Sergipe, a saída de Moro mostra que o governo não está preocupado com o combate à corrupção. (Alessandro) Cai de vez a máscara de quem se apresentou na campanha como combatente da corrupção, mas na verdade se abraça, volta se abraçar com o que existe de pior na política brasileira. A política brasileira, o cidadão brasileiro precisa aprender e confiar que existem homens e mulheres que não se vendem, que não abaixam a cabeça para os poderosos, que procuram fazer o que é certo. (REP): O senador Marcos Rogério, do Democratas de Rondônia, reconheceu o momento grave que o país atravessa e pediu lucidez ao presidente Jair Bolsonaro. (Marcos Rogério) É um momento realmente preocupante para o país, mas não é hora para incendiar o Brasil, não é hora para fazer debate político, é preciso escolher um lado. Eu acredito no bom senso do presidente Bolsonaro, espero que ele tenha toda luz, que Deus possa ajuda-lo na condução desse momento tão espinhoso. (REP) Sergio Moro é o oitavo ministro a deixar o governo Bolsonaro. Da Rádio Senado, Pedro Pincer. EM PRONUNCIAMENTO, O PRESIDENTE JAIR BOLSONARO NEGOU AS ACUSAÇÕES E AFIRMOU QUE SERGIO MORO CONDICIONOU A SUBSTITUIÇÃO DO DIRETOR-GERAL DA POLÍCIA FEDERAL A INDICAÇÃO PARA UMA VAGA DE MINISTRO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, EM NOVEMBRO. ACOMPANHADO POR GRANDE PARTE DOS MINISTROS, ELE AINDA AFIRMOU QUE O EX-MINISTRO DA JUSTIÇA TEM COMPROMISSO APENAS COM O PRÓPRIO EGO E SE QUEIXOU DA CONDUÇÃO DA POLICIA FEDERAL EM TORNO DAS INVESTIGAÇÕES DO ASSASSINATO DA VEREADORA MARIELLE FRANCO.

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