CDH debate aumento da violência contra minorias — Rádio Senado
Audiência pública

CDH debate aumento da violência contra minorias

A Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) debateu os atos de violência contra negros, LGBTs, mulheres, idosos e imigrantes. Os convidados ressaltaram que esse público é o que mais sofre com a falta de direitos. Eles defenderam políticas públicas mais efetivas e maior representatividade desses grupos no governo.

Veja a íntegra da audiência pública aqui.

09/12/2019, 13h27 - ATUALIZADO EM 09/12/2019, 14h29
Duração de áudio: 02:09
Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) realiza audiência pública interativa para tratar sobre: "A violência no Brasil" com foco na defesa dos segmentos mais vulneráveis, e nos fatos ocorridos em Paraisópolis-SP em 1º de dezembro.

Mesa:
coordenador-geral da Área de População em Situação de Risco do Ministério da Mulher, Família e dos Direitos Humanos (MMFDH), Carlos Alberto Ricardo Junior;
coordenadora-geral de Cidadania e Alternativas Penais do Departamento Penitenciário Nacional do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Susana Ines de Almeida e Silva;
pesquisador do Observatório Racial do Distrito Federal, Denys Resende;
presidente da CDH, senador Paulo Paim (PT-RS);
diretor presidente da Aliança Nacional LGBTI+, Toni Reis;
defensora regional de Direitos Humanos do Estado de São Paulo e representante da Associação Nacional dos Defensores Públicos Federais (Anadef), Viviane Ceolin Dallasta Del Grossi.

Foto: Pedro França/Agência Senado
Pedro França/Agência Senado

Transcrição
LOC: COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS DISCUTIU O AUMENTO DAS VIOLÊNCIA CONTRA MINORIAS LOC: DEBATEDORES PEDIRAM POLÍTICAS PÚBLICAS MAIS EFETIVAS E MAIOR REPRESENTATIVIDADE DESSES GRUPOS NO GOVERNO. REPORTAGEM DE JOSÉ ODEVEZA. (Repórter) Uma semana após a ação da polícia, que deixou nove jovens mortos em um baile funk na comunidade de Paraisópolis, no subúrbio de São Paulo, a Comissão de Direitos Humanos discutiu os atos de violência contra as pessoas mais vulneráveis. A defensora Regional de Direitos Humanos de São Paulo, Viviane Grossi, lamentou que ainda hoje, negros, LGBTs, mulheres, idosos, imigrantes e presidiários sejam os que mais sofrem com a falta de direitos. (Viviane Grossi). Esse caso de Paraisópolis não é uma tragédia. Ele é uma chacina anunciada porque há muitos anos já vêm ocorrendo procedimentos semelhantes. Então, a violência no Brasil é sistêmica. (Repórter) Segundo o presidente da Aliança Nacional LGBTI+, Toni Reis a cada 19 horas uma pessoa LGBT é assassinada no país. Ele ressaltou que um dos principais problemas é o discurso religioso baseado em fake News. (Toni Reis). Nós tivemos uma audiência sobre a escola sem homofobia, e daqui saiu o famigerado ‘Kit gay’. E ontem lendo no site Congresso em Foco, o Tribunal Superior Eleitoral falou que isto era Fake News. Esse material nunca existiu e isso foi usado contra a gente. Então as Fake News são um problema para nós. (LOC). O representante do Observatório Racial do Distrito Federal, Denys Resende, ressaltou que a população negra sofre com o racismo institucional. (Denys Resende) A gente verificou que existe um racismo institucional muito grande ainda hoje no Brasil e no Distrito Federal. São empresas muito grandes, muito conceituadas que até para a gente chegar nesse pessoal foi difícil. (Repórter) O senador Paulo Paim, do PT do Rio Grande do Sul, cobrou mais igualdade de raça e gênero na distribuição dos recursos públicos para campanhas políticas. (Paulo Paim) A pobreza tem cor no Brasil, todo mundo sabe que a cor é preta. Tem fundo eleitoral e tem fundo partidário, então não há mais desculpa para a candidatura de negros e negras. Se vão dar R$ 100 mil para um, dê R$ 100 mil para o outro também. A gente fala que todo mundo combate ao preconceito, bom, vamos na prática ver então. (Repórter) Nesta terça-feira, a Comissão de Direitos Humanos vai discutir o aniversário da Declaração Universal do Direitos Humanos.

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