Inspiração para Marcha das Margaridas pode fazer parte do Livro de Heróis da Pátria — Rádio Senado
Marcha das Margaridas

Inspiração para Marcha das Margaridas pode fazer parte do Livro de Heróis da Pátria

Está pronto para votação no Plenário do Senado o projeto (PL 4438/2019) que inclui o nome de Margarida Maria Alves no Livro dos Heróis da Pátria. A líder sindical é a inspiração para a Marcha das Margaridas, que trouxe milhares de mulheres a Brasília nesta semana. A reportagem é de Marcela Diniz, da Rádio Senado.

15/08/2019, 15h02 - ATUALIZADO EM 15/08/2019, 15h34
Duração de áudio: 02:39
Marcha das Margaridas 2019 - Manifestação realizada desde 2000 por mulheres trabalhadoras rurais do Brasil. O nome da marcha presta homenagem à Margarida Maria Alves, ex-presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande, na Paraíba, assassinada em 12 de agosto de 1983, a mando de latifundiários da região.

A ação é organizada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) e acontece em Brasília.

Trabalhadoras rurais de todo país deram início a uma passeata entre o Pavilhão do Parque da Cidade e o Congresso Nacional em protesto por mais políticas públicas voltadas ao campo.

Foto: Pedro França/Agência Senado
Foto: Pedro França/Agência Senado

Transcrição
LOC: ESTÁ PRONTO PARA VOTAÇÃO NO PLENÁRIO DO SENADO O PROJETO QUE INCLUI O NOME DE MARGARIDA MARIA ALVES NO LIVRO DOS HERÓIS DA PÁTRIA. LOC: A LÍDER SINDICAL É A INSPIRAÇÃO PARA A MARCHA DAS MARGARIDAS, QUE TROUXE MILHARES DE MULHERES A BRASÍLIA NESTA SEMANA. A REPORTAGEM É DE MARCELA DINIZ. TÉC: “É melhor morrer na luta que morrer de fome”. A frase, crua e corajosa, é de Margarida Maria Alves, paraibana de Alagoa Grande, que presidiu por uma década o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de sua cidade e que lutava por direitos como carteira assinada, jornada de oito horas diárias, 13º salário e férias. Também denunciava violações de direitos praticadas por fazendeiros e políticos locais e, por isso, foi assassinada na frente do filho e do marido, com um tiro no rosto, no dia 12 de agosto de 1983. O crime repercutiu nacional e internacionalmente e Margarida virou símbolo da luta dos trabalhadores rurais por terra, direitos e justiça social no Brasil. A data de sua morte virou o Dia Nacional de Luta contra a Violência no Campo e Pela Reforma Agrária e o nome da sindicalista batizou a maior mobilização de mulheres camponesas do país: a Marcha das Margaridas que este ano foi em 14 de agosto. Ivonete Leandro é da Paraíba e participou da Marcha levando uma faixa em homenagem à conterrânea, Margarida Alves: (Ivonete) E como Margarida Maria Alves, da nossa Paraíba, nós estamos aqui representando ela com muito orgulho porque nós sabemos que foi através dela que essa semente está germinando até hoje. (Rep) Também presente na Marcha, o senador Paulo Rocha, do PT do Pará, defende a inclusão do nome de Margarida Maria Alves no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria, que representa um reconhecimento público perene a personalidades histórias: (Rocha) Para homenagear a luta das mulheres e a Margarida personifica essa luta porque ela foi assassinada exatamente porque brigava pelos interesses do seu povo, da sua gente, das mulheres e a luta pela terra. Eu venho de um estado que tem esse tipo de guerra. (Rep) Para o senador Paulo Paim, do PT gaúcho, o reconhecimento público à Margarida Alves é inspiração para novas lideranças do campo: (Paim) mulheres e meninas e meritória a inscrição do nome de Margarida Alves no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria, para que mulheres e meninas, em especial da zona rural, possam se reconhecer na história daquela que dizia que nunca fugiria da luta. (Rep) 36 anos após a morte de Margarida, levantamento da Comissão Pastoral da Terra mostra que houve um aumento dos conflitos no campo, em especial, das disputas por água. Relatório de 2017 da organização internacional Global Witness colocava o Brasil como em primeiro lugar no ranking mundial de assassinatos de lideranças rurais, sem-terras, quilombolas, ambientalistas e indígenas. Da Rádio Senado, Marcela Diniz. PL 4438/2019 (Paulo Rocha) PLC 63/2018 (Maria do Rosário)

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