Brasil é incluído entre os dez piores países do mundo para se trabalhar — Rádio Senado
Trabalho

Brasil é incluído entre os dez piores países do mundo para se trabalhar

No dia 27 de julho é celebrado o Dia Nacional de Prevenção de Acidentes de Trabalho. A data foi criada para reflexão sobre as condições de saúde do trabalhador. Segundo o Observatório Digital de Saúde e Segurança do Trabalho, vinculado ao Ministério Público do Trabalho em cooperação com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), entre 2012 e 2018, foram 4,2 milhões acidentes ligados à atividade laboral. E, pela primeira vez, o Brasil foi incluído no Índice Global de Direitos entre os dez piores países para trabalhar, divulgado durante a 108ª Conferência Internacional do Trabalho, realizada em junho, em Genebra (Suíça). Segundo o presidente da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH), senador Paulo Paim (PT-RS), a Reforma Trabalhista é responsável pelo aumento da precariedade das condições de trabalho no Brasil. Paim defende a aprovação da proposta de Estatuto do Trabalho (SUG 12/2018) para reverter os danos aos trabalhadores. Reportagem, Iara Farias Borges.

26/07/2019, 12h43 - ATUALIZADO EM 26/07/2019, 12h43
Duração de áudio: 02:30
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Transcrição
LOC: NESTE SÁBADO, DIA 27 DE JULHO, É CELEBRADO O DIA NACIONAL DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES DE TRABALHO. E O BRASIL NÃO TEM MUITO A COMEMORAR. LOC: EM 2018 FORAM QUASE UM MILHÃO DE ACIDENTES LIGADOS AO TRABALHO. E EM 2019, O PAÍS FOI INCLUÍDO ENTRE OS DEZ PIORES PAÍSES DO MUNDO PARA TRABALHAR. REPORTAGEM DE IARA FARIAS BORGES. (Repórter) O Dia Nacional de Prevenção de Acidentes de Trabalho, celebrado em 27 de julho, foi criado para reflexão sobre as condições de saúde no trabalho. E os números são preocupantes. O Índice Global de Direitos, divulgado durante a centésima oitava Conferência Internacional do Trabalho, realizada em junho, na Suíça, incluiu o Brasil, pela primeira vez, entre os dez piores países para a classe trabalhadora, ao lado de nações como Zimbábue, Arábia Saudita, e Argélia. Segundo o Observatório Digital de Saúde e Segurança do Trabalho, criado pelo Ministério Público do Trabalho em cooperação com a OIT, Organização Internacional do Trabalho, entre 2012 e 2018, foram quatro milhões e duzentos mil acidentes no Brasil, com quase dezesseis mil mortes. E para o presidente da CDH, Comissão de Direitos Humanos, senador Paulo Paim, do PT gaúcho, esse número pode aumentar, caso o governo implante medidas, já anunciadas, de reduzir em 90% as normas de segurança no trabalho com a justificativa de incentivar a economia brasileira. Desde 2012, os acidentes de trabalho custaram ao governo quase 29 bilhões de reais e se as normas de segurança forem reduzidas, o gasto será maior, observou Paim. (Paulo Paim) “O Brasil é o quarto país do mundo em acidentes do trabalho, e com as normas de segurança orientadas pela OIT. Calculem: se reduzirem ainda, daquilo que é aplicado hoje, 90% e deixarem só 10%, nós vamos para o primeiro lugar em acidentes do trabalho. Não adianta! Deu acidente, alguém vai pagar. E quem vai pagar, no fim, é o Estado. Mas a sequela maior é daquele que perde o braço, a perna, o olho”. (Repórter) Pela segunda vez seguida, o Brasil está na lista da OIT entre os 24 países denunciados por violação de normas trabalhistas internacionais. O presidente da CDH atribui o aumento da precariedade das condições de trabalho no Brasil à Reforma Trabalhista, aprovada há dois anos. Para reverter os danos causados aos trabalhadores com a Reforma, Paim defende a aprovação do Estatuto do Trabalho, uma sugestão apresentada pelas associações Latino Americana dos Juízes do Trabalho; dos Magistrados da Justiça do Trabalho; dos Procuradores do Trabalho; o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho e centrais sindicais. A sugestão está em análise na CDH e se aprovada começará a ser discutida como projeto de lei. SUG 12/2018

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