Comissões debatem crise social enfrentada por Roraima devido a imigração venezuelana — Rádio Senado
Audiência pública

Comissões debatem crise social enfrentada por Roraima devido a imigração venezuelana

Audiência pública conjunta das comissões de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) e de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) debateu a situação dos refugiados venezuelanos em Roraima. O estado enfrenta uma grave crise social e humanitária e precisa de reforço orçamentário do governo federal, pois a população do estado aumentou em 20%, o que sobrecarrega o estado com o atendimento em saúde, educação e segurança, disse o senador Mecias de Jesus (PRB-RR). O diretor da Sociedade Espírita Auta de Souza, João Rodarte de Oliveira, defendeu a interiorização dos refugiados, em que cada município receba 30 pessoas. Na avaliação do senador Flávio Arns (Rede-PR), é preciso fazer um cronograma e até o final de agosto resolver a situação. Entre outros, participaram também do debate o diretor do Departamento de Nações Unidas do Ministério das Relações Exteriores, Luís Fernando Abbott Galvão; e Pablo Mattos, representante do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados no Brasil (Acnur). Reportagem, Iara Farias Borges.

12/07/2019, 13h12 - ATUALIZADO EM 12/07/2019, 13h12
Duração de áudio: 02:43
Geraldo Magela/Agência Senado

Transcrição
LOC: O ESTADO DE RORAIMA ENFRENTA CRISE SOCIAL E HUMANITÁRIA COM A IMIGRAÇÃO DE REFUGIADOS DA VENEZUELA E PRECISA DE REFORÇO ORÇAMENTÁRIO DO GOVERNO FEDERAL. LOC: A SITUAÇÃO PRECÁRIA NA SAÚDE, EDUCAÇÃO E SEGURANÇA VIVIDA POR BRASILEIROS E VENEZUELANOS NO ESTADO FOI TEMA DE AUDIÊNCIA CONJUNTA DAS COMISSÕES DE RELAÇÕES EXTERIORES E DE DIREITOS HUMANOS. REPORTAGEM DE IARA FARIAS BORGES. (Repórter) Quatro milhões de venezuelanos já deixaram seu país e buscam refúgio em países da América Latina. Mais de 160 mil vieram para o Brasil, entrando por Roraima. Com isso, o estado está sobrecarregado. O governo federal dá assistência aos refugiados pela Operação Acolhida, reconhecida no mundo pelo alto padrão de proteção, mas ainda há muita carência, disse o diretor do Departamento de Nações Unidas do Ministério das Relações Exteriores, Luís Fernando Galvão. (Luís Fernando Galvão) “Os elevados padrões de assistência não significam que não haja desafios importantes. O fluxo continua intenso e não se dão mostras de reduzir, as necessidades se multiplicam muitas vezes além da capacidade de resposta imediata e o processo de integração é longo e complexo”. (Repórter) Os 500 milhões de reais enviados pelo governo federal para prestar auxílio aos refugiados são insuficientes, uma vez que a demanda em saúde, educação e segurança em Roraima aumentou e o governo estadual não tem como arcar com os custos, disse o senador roraimense, Mecias de Jesus, do PRB. (Mecias de Jesus) “Roraima não aguenta mais. É um país dentro de Roraima. Nós temos uma população de cerca de 20% a mais, que são venezuelanos. Que os senhores, o governo, olhe para Roraima também do ponto de vista dos brasileiros que moram lá”. (Repórter) A situação precisa ter rápida solução, defendeu o senador Flávio Arns, da Rede Sustentabilidade do Paraná. ( Flávio Arns) “Eu posso imaginar o drama do governador, do prefeito, da população. Agora, já tem parte da solução, mas tem que reforçar. Nós temos que ter, inclusive, um cronograma. Que tenha encaminhamentos para isso tudo”. (Repórter) A interiorização dos refugiados nos mais de cinco mil municípios brasileiros pode aliviar a carga de Roraima e dar melhores condições aos refugiados, sugeriu o diretor da Sociedade Espírita Auta de Souza, João Rodarte de Oliveira. (João Rodarte de Oliveira) “É muito simples de resolver o problema. Não podemos transformar esses problemas em discussões bizantinas, onde nós ficamos falando bobagens, enquanto as pessoas estão morrendo e passando necessidade lá fora. Os senadores, os deputados, os políticos, tem que serem mais práticos, que façam planos. Porque se cada município receber 30 pessoas, resolveu o problema”. (Repórter) O debate foi promovido pelas Comissões de Relações Exteriores e de Direitos Humanos a pedido dos senadores Flávio Arns, Paulo Paim, do PT gaúcho, e Esperidião Amin, do PP de Santa Catarina. - REQ 36/2019 – CRE - REQ 63/2019 – CDH

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