Especialistas dizem que problema do SUS é má distribuição de profissionais — Rádio Senado
Audiência pública

Especialistas dizem que problema do SUS é má distribuição de profissionais

A Comissão de Direitos Humanos (CDH) promoveu uma audiência pública para discutir os problemas enfrentados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Especialistas defendem que o país tem um bom número de profissionais, o problema seria a distribuição dessas pessoas pelas diferentes regiões do país. O senado Paulo Paim (PT-RS) ponderou que a precariedade do sistema afeta não só quem precisa do SUS, mas também os preços dos planos privados de saúde.

11/06/2019, 13h46 - ATUALIZADO EM 11/06/2019, 14h04
Duração de áudio: 01:58
Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) realiza audiência pública interativa para debater sobre: "A falta de médicos e a atual situação do SUS". 

Mesa: 
supervisor do Núcleo Social da Confederação Nacional de Municípios (CNM), Denílson Magalhães; 
conselheiro nacional de saúde do Conselho Nacional da Saúde (CNS), Jorge Alves de Almeida Venâncio; 
presidente do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN), Antonio Gonçalves Filho; 
presidente da CDH, senador Paulo Paim (PT-RS); 
conselheiro federal do Conselho Federal de Medicina (CFM), Donizetti Dimer Giamberardino Filho; 
professor e pesquisador do Centro Brasileiro de Estudos de Saúde da Universidade de Brasília (UnB), Heleno Correa; 
diretor de Saúde da Família do Ministério da Saúde, Otávio Pereira D'Ávila - em pronunciamento.

Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
Edilson Rodrigues/Agência Senado

Transcrição
LOC: A COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS DISCUTIU A ATUAL SITUAÇÃO DO SUS. ESPECIALISTAS E REPRESENTANTES DOS ÓRGÃOS DE SAÚDE DESTACARAM QUE OS PROBLEMAS ESTÃO NA DISTRIBUIÇÃO DOS PROFISSIONAIS PELAS REGIÕES BRASILEIRAS. LOC: OS CONVIDADOS AINDA CRITICARAM O MODELO DE SAÚDE PRIVADA, QUE TENDE A SE TORNAR INSUSTENTÁVEL. REPORTAGEM DE JOSÉ ODEVEZA. (Repórter) Os especialistas ouvidos pela Comissão de Direitos Humanos apresentaram relatórios para mostrar que o maior problema está na distribuição dos profissionais de saúde pelas regiões brasileiras. Segundo o representante da comissão Pró-SUS do conselho Federal de Medicina, Donizetti Dimer são três fatores que contribuem na escolha do médico da região que ele irá atuar: o salário, as condições de trabalho e a qualidade de vida. (Donizetti Dimer) Essa desigualdade então ela persiste. Isto é, nós formamos mais médicos que se concentram mais. Não há uma política adequada de fixação desses profissionais. Não só médicos, mas outros profissionais da saúde também. (Repórter) O senador Paulo Paim, do PT do Rio Grande do Sul, destacou que o déficit na saúde pública afeta não só quem precisa do sistema, mas também os preços dos planos privados de saúde. (Paulo Paim) Quando falamos de saúde estamos tratando da defesa da vida. E naturalmente o SUS nos preocupa. Não é a preocupação só desse ou daquele cidadão, acho que é do conjunto o povo brasileiro. E a mim me assusta mais, confesso, quando eu vejo que os está disparando a mensalidade dos planos de saúde. (Repórter) Para o professor e pesquisador do Centro Brasileiro de Estudos de Saúde da UnB, Heleno Correa, é necessária uma mudança na ideia de privatizações da saúde, pois para ele, esse modelo é insustentável para qualquer classe social. (Heleno Correa) O que está sendo impulsionado para chamados acessíveis, que são formas bastantes acessíveis de tomar dinheiro de gente pobre, da classe média e confiscar a poupança de idosos. Porque no modelo de cada um paga o que pode e cada um compra o que pode, ninguém pode ter acesso ao número infinito de profissionais necessários para fazer a oferta desse modelo. (Repórter) Os participantes ainda alertaram para possíveis cortes no orçamento do SUS. O Ministério da Saúde possui um orçamento de 117 bilhões de reais para este ano. A Comissão pretende solicitar uma audiência no plenário do senado para ampliar a discussão sobre os problemas doo SUS.

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