Diretor da Vale indica conflito de interesses em empresa que auditava barragens

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LOC: EM DEPOIMENTO À CPI DE BRUMADINHO, O DIRETOR-EXECUTIVO DE FERROSOS E CARVÃO DA VALE, PETER POPPINGA, INDICOU QUE UM POSSÍVEL CONFLITO DE INTERESSES PODE RESPONSABILIZAR A EMPRESA CONTRATADA PELA VALE PARA AUDITAR BARRAGENS. LOC: A EMPRESA CHAMADA TUV SUD, SEGUNDO O DIRIGENTE, ATUAVA EM OUTRAS ÁREAS DA VALE E POR ISSO NÃO DEVIA SER RESPONSÁVEL POR LAUDOS SOBRE SEGURANÇAS DE BARRAGENS. MAIS DETALHES COM A REPÓRTER PAULA GROBA. (Repórter) O diretor-executivo de ferrosos e carvão da Vale, Gerd Peter Poppinga, afirmou aos senadores da comissão que investigações da polícia já indicam que um possível conflito de interesses pode ter prejudicado a fiscalização da barragem do Córrego do Feijão, em Brumadinho. Segundo ele, a empresa TuvSud, contratada pela Vale para apurar a segurança da barragem também atuava em outras áreas da empresa, prestando outros serviços, e isso, segundo ele, pode ter influenciado laudos de auditoria sobre a barragem. (Gerd Peter Poppinga) O senhor está dizendo que a Tuv Sud, além das auditagens de barragens tinha outros contratos para empresa e que isso pode ter pesado inclusive na decisão da Tuv Sud em atestar, ou pelo menos manter a Vale desinformada sobre a segurança barragens? Segundo as palavras da Polícia Federal. Isso foi uma das hipóteses. (Repórter) Os senadores insistiram sobre os detalhes da contratação desses serviços da Tuv Sud pela Vale, mas o diretor-executivo não deu mais detalhes. Ele informou não ser responsável pelas contratações, o que, segundo o senador Jorge Kajuru, do PSB de Goiás, caracteriza omissão. (Jorge Kajuru) Nós estamos diante de respostas com direito a ocultação e agora omissão. Por ocultação e omissão. Isso para mim é crime, não? (Repórter) Poppinga afirmou que está afastado da empresa por decisão própria desde 2 de abril, mas apesar disso defendeu a Vale, dizendo que até o momento a empresa tem feito todas as ações para investir em mais segurança nas barragens e dar suporte às famílias das vítimas. Para o relator da comissão, senador Carlos Viana, do PSD de Minas Gerais, a empresa já sabia dos riscos que a barragem corria, sete meses antes do desastre em Brumadinho. O diretor da Vale disse, no entanto, que o alto comando da empresa não teve acesso a esses laudos.