Para senadores, prisão de Temer demonstra que Lava Jato não tem atuação política
Para diversos senadores, não houve surpresa nas prisões do ex-presidente Michel Temer e do ex-ministro Moreira Franco. O senador Lasier Martins (PODE-RS) citou as investigações que viraram pedido de impeachment contra o emedebista. Segundo o senador Styvenson Valentim (PODE-RN), a prisão mostra que a Operação Lava Jato é apartidária. A senadora Eliziane Gama (PPS-MA) defendeu a votação de uma proposta que vai fortalecer a Lava Jato por tirar da Justiça Eleitoral o julgamento de crimes correlatos aos eleitorais. Já o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) considerou abusiva a prisão de Temer.
Transcrição
LOC: PARA SENADORES, PRISÃO DE EX-PRESIDENTE TEMER DEMONSTRA QUE LAVA JATO NÃO TEM ATUAÇÃO POLÍTICA.
LOC: SENADORA PEDE VOTAÇÃO DE PROPOSTA QUE FORTALEÇA O COMBATE À CORRUPÇÃO. REPÓRTER HÉRICA CHRISTIAN.
(Repórter) Em nova fase da Operação Lava Jato, o ex-presidente Michel Temer e o ex-ministro de Minas e Energia, Moreira Franco, foram presos com base na delação de um empresário que relatou o pagamento de propina. Para o senador Lasier Martins, do Podemos do Rio Grande do Sul, a prisão de Temer não surpreendeu ao citar os processos de impeachment.
(Lasier Martins) A prisão do ex-presidente Temer, a rigor, se nós olharmos bem o retrospecto, não chega a surpreender porque houve vários processos que não foram abertos pela Câmara.
(Repórter) O senador Tasso Jereissati do PSDB do Ceará considerou abusiva a prisão de Temer.
(Tasso Jereissati) Eu vejo com muita preocupação porque é um ex-presidente da República, não estava fugindo, tem endereço conhecido. Não tem nenhuma razão legal para isso, a não ser esse processo de desmoralização dos políticos.
(Repórter) Para o senador Styvenson Valentim, do Podemos do Rio Grande do Norte, o encarceramento de Temer responde a críticas de que a Operação Lava Jato só focava um partido.
(Styvenson Valentim) Que a Lava-Jato não só tem um lado, não só tem uma face, que seria contra um partido e sim contra a corrupção, contra as pessoas que causaram dano irreparável ao nosso país, tanto moral como financeiro.
(Repórter) Ao comentar a prisão de Temer, a senadora Eliziane Gama, do PPS do Maranhão, defendeu a votação de uma proposta que vai fortalecer o combate à corrupção.
(Eliziane Gama) Eu apresentei uma PEC que faz uma divisão do que é crime comum e do que é crime eleitoral. Crime comum que esteja ligado à crime eleitoral tem que ser investigado e condenado pela Justiça comum, e crime eleitoral pela Justiça Eleitoral.
(Repórter) A proposta é uma resposta à decisão do Supremo Tribunal Federal que concentrou na Justiça Eleitoral as ações de corrupção ou lavagem de dinheiro relacionadas ao caixa dois de campanha, por exemplo.