Medicação gratuita contra atrofia muscular espinhal foi debatida na CDH — Rádio Senado
Balanço 2018

Medicação gratuita contra atrofia muscular espinhal foi debatida na CDH

A inclusão do medicamento Spinraza na lista de medicamentos do Sistema Único de Saúde foi uma das reivindicações da Comissão de Direitos Humanos do Senado em 2018.  Audiência pública pedida pelo senador Romário (Podemos-RJ) chamou a atenção para a luta diária de pacientes como a menina Laíssa Poliana, que enfrentou altos e baixos na justiça para ter acesso ao tratamento.

14/01/2019, 13h24 - ATUALIZADO EM 14/01/2019, 15h11
Duração de áudio: 02:59
Many medicine pills and tablets. Colorful capsules and tablets  closeup
artenex

Transcrição
LOC: A INCLUSÃO, NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE, DO MEDICAMENTO SPINRAZA, PARA ATROFIA MUSCULAR ESPINHAL, FOI UMA DAS REIVINDICAÇÕES DA COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS DO SENADO EM 2018. LOC: ATÉ HOJE, AS FAMÍLIAS PRECISAM ENTRAR NA JUSTIÇA PARA GARANTIR O ACESSO AO REMÉDIO, QUE CUSTA MAIS DE 300 MIL REAIS A DOSE. A REPORTAGEM É DE MARCELA DINIZ. TÉC (Poliana): Meu nome é Laissa Poliana, mais conhecida como Laissa Guerreira. Tenho 12 anos e sou acometida da doença AME, atrofia muscular espinhal, tipo 3, a mais ou menos agressiva. Todos os dias eu estou morrendo um pouco; todos os dias os meus amigos estão morrendo um pouco. Eu passo muitos dias pensando e peço a Deus que o Ministério da Saúde coloque no SUS a medicação e que se coloque no lugar da gente. (Repórter) O depoimento de Laíssa Poliana na Comissão de Direitos Humanos do Senado, em agosto de 2018, chamou a atenção para a luta cotidiana de quem convive com uma doença rara no Brasil. O Spinraza é o único remédio disponível por aqui para melhorar a qualidade de vida dela e de outras pessoas com Atrofia Muscular Espinhal, doença que compromete o funcionamento de músculos e órgãos. O preço de uma dose do remédio ultrapassa os trezentos mil reais, e muitas famílias não têm outra saída senão entrar na Justiça para conseguir que o tratamento seja custeado pelo Estado. O problema de judicializar uma questão de saúde é que não há garantia de continuidade do tratamento. No caso de Laíssa foi assim: após a segunda dose, o fornecimento da medicação foi suspenso, como lembrou a então presidente da CDH no Senado, Regina Sousa, que deixou o Senado no fim de dezembro para assumir o cargo de vice-governadora do Piauí: (Regina) uma menina de 12 anos que conseguiu avançar muito com o remédio que conseguiu por via judicial – esse é um tema sério que esse país tem que enfrentar – e, mais complicado ainda, que ela perdeu esse remédio também por decisão judicial, isso é uma coisa que a gente não pode aceitar em nosso país. (Repórter) Duas semanas depois da audiência na Comissão de Direitos Humanos do Senado, a Justiça Federal reviu a decisão e Laíssa garantiu novamente o acesso ao medicamento. A CDH aprovou um voto de censura ao Ministério da Saúde pela demora na disponibilização do remédio no Sistema Único de Saúde, medida que evitaria o desgaste judicial. Na opinião do senador Romário, do Podemos do Rio de Janeiro, a mudança poderia abrir caminho para facilitar o tratamento de outras doenças raras: (Romário) Se conseguirmos desenhar juntos uma solução que possibilite o pleno acesso aos medicamentos a um custo razoável com uma logística que permita o diagnóstico e o tratamento com agilidade, teremos dados um passo importantíssimo que poderá ser replicado para as outras doenças. (Repórter) Uma doença é considerada rara quanto atinge até 65 pessoas em cada grupo de cem mil. Em 2018, o Senado aprovou a Política Nacional para Doenças Raras no SUS, projeto vindo da Câmara e que voltou para aquela Casa porque foi modificado pelos senadores. A expectativa é que o projeto vire lei e dê mais efetividade às ações previstas desde 2014, em portaria do próprio Ministério da Saúde. Da Rádio Senado, Marcela Diniz.

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