Senadores avaliam que discurso de Bolsonaro não surpreendeu por reafirmar compromissos da campanha
Nos dois discursos de posse, um no Congresso Nacional e o outro no Palácio do Planalto, o presidente Jair Bolsonaro defendeu o fim das “ideologias” e exaltou bandeiras de seu governo, como a escola sem partido e o porte de armas. Senadores avaliam que os pronunciamentos refletiram as ideias adotadas durante a campanha eleitoral. Para a oposição, as declarações do presidente dividem o país entre favoráveis e contrários ao governo.
Transcrição
LOC: SENADORES AVALIAM QUE DISCURSO DE BOLSONARO NÃO SURPREENDEU POR REAFIRMAR COMPROMISSOS DA CAMPANHA.
LOC: PARA A OPOSIÇÃO, NO ENTANTO, DECLARAÇÕES DO NOVO PRESIDENTE DA REPÚBLICA DIVIDEM O PAÍS ENTRE FAVORÁVEIS E CONTRÁRIOS AO GOVERNO. REPÓRTER HÉRICA CHRISTIAN.
TÉC: Nos dois discursos de posse, um no Congresso Nacional e o outro no Palácio do Planalto, o presidente Jair Bolsonaro defendeu o fim das “ideologias” e exaltou bandeiras de seu governo, como a escola sem partido e o porte de armas. Presente à cerimônia, o senador José Maranhão, do MDB da Paraíba, disse que as declarações de Bolsonaro não surpreenderam por serem reafirmação dos compromissos de campanha.
(José Maranhão) Eu acho que o discurso deixará os seus correligionários tranquilos em relação às metas a serem seguidas pelo governo e a classe política dividida entre os que me apoiaram e os que apoiaram outros candidatos na expectativa de que ele possa fazer o melhor pelo Brasil.
REP: A senadora Gleisi Hoffmann, do PT do Paraná, apontou o contrassenso de Bolsonaro ao combater ideologias e ao mesmo destacar a do governo dele.
(Gleisi) É um discurso ideológico de extrema-direita. Dizer que vai livrar o Brasil do socialismo é, no mínimo, ridículo, porque o Brasil nunca foi socialista. Um país concentrador de renda, um país com a maioria do povo vivendo em situações difíceis. Bolsonaro com esse discurso está levando a ideologia de extrema direita para dentro do Palácio do Planalto e vai fazer uma guerra ideológica no país.
REP: Mas para o consultor do Senado, Gilberto Guerzoni, Jair Bolsonaro surpreendeu ao não fazer um discurso conciliador durante a posse e por se dirigir apenas ao seu eleitorado.
(Gilberto Guerzoni): Você imaginava que ele ia fazer um discurso um pouco mais morno, procurando ampliar a sua base de apoio, mas ele se dirigiu especificamente para os seus apoiadores e reafirmou fortemente tudo aquilo que ele tinha falado na campanha. Acho que, talvez, tenha sido um dos discursos mais ideológicos de um presidente ao assumir a presidência.
REP: Jair Bolsonaro discursou por cerca de 10 minutos no Congresso Nacional e por 9 minutos no Palácio do Planalto.