Novo governo e Congresso com perfil mais conservador geram dúvidas sobre avanço em direitos da população LGBT+ — Rádio Senado
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Novo governo e Congresso com perfil mais conservador geram dúvidas sobre avanço em direitos da população LGBT+

 

O perfil conservador do novo governo e de parlamentares eleitos em 2018 gera dúvidas sobre a possibilidade de avanços nos direitos LGBT+. A senadora Marta Suplicy (MDB-SP) espera uma mudança no discurso de Bolsonaro sobre essas minorias. Para o senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) não haverá retrocessos. A reportagem é de Marcela Diniz, da Rádio Senado.

 

21/12/2018, 12h37 - ATUALIZADO EM 06/06/2024, 09h44
Duração de áudio: 02:47

Transcrição
LOC: O PERFIL MAIS CONSERVADOR DO NOVO GOVERNO E DO NOVO CONGRESSO GERA DÚVIDAS SOBRE O AVANÇO DE DIREITOS DA POPULAÇÃO LGBT. LOC: O PROJETO “ESCOLA SEM PARTIDO”, EM DEBATE NA CÂMARA, AUMENTA INCERTEZAS SOBRE O FUTURO DO DEBATE SOBRE DIVERSIDADE. A REPORTAGEM É DE MARCELA DINIZ. TÉC: No Brasil, a expectativa de vida de uma travesti ou pessoa transexual é de apenas 35 anos. A violência contra gays e lésbicas também faz vítimas fatais. De acordo com o Grupo Gay da Bahia, entre 2016 e 2017, houve um aumento de 30% no número de assassinatos motivados por trans ou homofobia, com 445 vítimas no ano passado. No Congresso, desde o PL 122, apresentado em 2006 pela então deputada Iara Bernardi, até hoje, não se conseguiu aprovar uma lei específica para punir esse tipo de crime. A Associação Brasileira de Gays, Lésbicas e Transgêneros e o PPS entraram com duas açõe s no Supremo Tribunal Federal para criminalizar a homofobia e o julgamento está marcado para fevereiro de 2019. O perfil conservador do governo Bolsonaro e de parlamentares de seu partido, PSL, eleitos em 2018, gera dúvidas sobre a possibilidade de avanços nos direitos dessas minorias. Para a senadora Marta Suplicy, que presidiu a Comissão de Assuntos Sociais entre 2017 e 2018, como presidente, Bolsonaro deve rever seu discurso sobre a população LGBT: (Marta) Toda a nação espera que ele tranquilize as comunidades mais vulneráveis de que os ataques a essas pessoas não têm o apoio da Presidência da República, é isso o que se espera. (Repórter) Projetos defendidos pelo novo governo, como o “Escola Sem Partido”, que deve voltar à pauta da Câmara dos Deputados, criam outros impasses para a população LGBT. Ao proibir que questões de gênero sejam abordadas em sala de aula, a proposta, na prática, inviabiliza que Natalha Nascimento, que é mulher trans, exerça seu ofício de professora: (Natalha) Eu nem preciso falar de transgeneridade: Eu sou a transgeneridade, eu sou a travestilidade, coisa que minha comunidade onde moro inteira conhece e me respeita, então, eu temo retrocessos, sim, sem dúvida nenhuma. (Repórter) Para o senador Cássio Cunha Lima, do PSDB da Paraíba, o debate sobre os direitos humanos, em geral, e das minorias, em particular, está mais amadurecido no Brasil e, por isso, ele não acredita que haverá retrocessos: (Cássio) As minorias continuarão sendo protegidas, defendidas, o que nós queremos é um Estado de bem-estar social e o que mais gera o bem-estar social é o emprego. O país chegou num grau onde não haverá recuo. (Rep) Lideranças LGBT’s levaram uma pauta de reivindicações para a ministra da Família, Mulheres e Direitos Humanos, Damares Alves, que prometeu diálogo com as minorias. Da Rádio Senado, Marcela Diniz.

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