Seminário discute alternativas para evitar o uso indevido das redes sociais no debate político — Rádio Senado
Eleições

Seminário discute alternativas para evitar o uso indevido das redes sociais no debate político

O Senado promoveu nesta quinta-feira (24) o seminário “O Legislativo e as Mídias Sociais - desafios e oportunidades de comunicação”. Especialistas expuseram preocupações como a polarização do debate político, a disseminação de fake news e uso de perfis falsos e robôs, em especial nas eleições de 2018. A professora do Instituto de Ciência Política da UnB Marisa von Bülow defendeu a conscientização das pessoas sobre notícias falsas. Fabrício Benevenuto, do Departamento da Ciência da Computação da Universidade Federal de Minas Gerais, apresentou o “Monitor de Anúncios no Facebook”, capaz de identificar propagandas políticas pagas. Vários debatedores discutiram ainda a necessidade de regulação, mas com o cuidado de evitar cerceamento da liberdade de expressão.

24/05/2018, 18h42 - ATUALIZADO EM 24/05/2018, 19h27
Duração de áudio: 02:13
A Secretaria de Comunicação Social (Secom), em parceria com a Diretoria-Geral (Dger), realiza o seminário "O Legislativo e as mídias sociais – desafios e oportunidades de comunicação", para tratar sobre o uso e a influência das redes sociais sobre o trabalho legislativo e o cenário político eleitoral. Acadêmicos e profissionais da área falam sobre fake news, monitoramento digital e questões relacionadas à regulação dos conteúdos das redes sociais.

Mesa:
secretário-geral da Mesa do Senado Federal e conselheiro do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), Luiz Fernando Bandeira de Mello Filho;
diretora da Secretaria de Comunicação Social do Senado Federal, Angela Brandão;
diretor-executivo de Gestão do Senado Federal, Marcio Tancredi.

Foto: Roque de Sá/Agência Senado
Foto: Roque de Sá/Agência Senado

Transcrição
LOC: COMO ALIAR TECNOLOGIA E LEGISLAÇÃO PARA EVITAR O USO INDEVIDO DAS REDES SOCIAIS NO DEBATE POLÍTICO, EM ESPECIAL NAS ELEIÇÕES DE 2018. LOC: ESSES SÃO ALGUNS TEMAS DISCUTIDOS NO SEMINÁRIO “O LEGISLATIVO E AS MÍDIAS SOCIAIS” PROMOVIDO PELO SENADO NESTA QUINTA E SEXTA-FEIRA. REPÓRTER ROBERTO FRAGOSO. TÉC: Polarização do debate político, disseminação de fake news, uso de perfis falsos e robôs. Essas são algumas das preocupações de quem acompanha a evolução das redes sociais, principalmente em ano de eleições, em que essas práticas podem influenciar a campanha e ainda esconder ações como campanhas antecipadas, desrespeito ao limite de gastos e caixa dois. A professora da Ciência Política da UnB Marisa von Bülow explicou que um dos desafios ainda é conscientizar sobre as notícias falsas, porque pesquisas mostram que a maior parte das pessoas acha que nunca recebeu um boato. (Marisa von Bülow) Quase 70% disseram que não. E eu mencionei o tema da Marielle porque o caso da Marielle mostrou, se ainda precisava mostrar, que a gente não precisa de uma potência estrangeira para produzir fake News, a gente está muito bem, obrigado. (Repórter) Fabrício Benevenuto, da Ciência da Computação da Federal de Minas Gerais, desenvolveu o “Monitor de Anúncios no Facebook”, capaz de identificar propagandas políticas pagas. (Fabrício Benevenuto) A campanha eleitoral vai acontecer dentro de uma caixa preta. Isso pode ser usado tanto pra disseminar uma notícia falsa pra um grupo específico de pessoas, mas não só pra uma notícia falsa. Isso pode ser usado para fazer uma notícia verdadeira, mas através de meios verdadeiros, que é um caixa dois. (Repórter) A diretora de Comunicação do Senado, Ângela Brandão, defendeu o fortalecimento da presença das instituições públicas nas mídias sociais, que hoje são a segunda maior fonte de informação dos brasileiros, para combater as notícias falsas. (Ângela Brandão) Nesse momento, as fontes institucionais como a comunicação do Senado, por exemplo, ganham um papel ainda mais relevante, as pessoas se sentem seguras que essa é uma informação verdadeira porque é uma fonte institucional que está falando. (Repórter) Além de soluções tecnológicas e melhoria na comunicação, há também propostas de mudanças nas leis para combater más práticas nas redes sociais, como explicou o fundador do Monitor do Debate Político, Pablo Ortellado. (Pablo Ortellado) Basicamente tem duas saídas legislativas. As que apontam pra responsabilização, pra punições de diversos tipos, e pra censura posterior, pra tirar isso. E você tem outro tipo de abordagem que acha que a gente precisa melhorar o debate, o ambiente político. (Repórter) Ortellado opinou que a construção do diálogo político e a conscientização do público são caminhos melhores que o controle da informação e a penalização.

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