CAS debate redução do imposto de importação para calçados esportivos

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LOC: A REDUÇÃO DO IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO PARA CALÇADOS ESPORTIVOS FOI DEBATIDA NA COMISSÃO DE ASSUNTOS SOCIAIS.
LOC: A CÂMARA DE COMÉRCIO EXTERIOR, CAMEX, DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA ANALISA UM PEDIDO PARA QUE A TRIBUTAÇÃO SEJA REDUZIDA DOS ATUAIS 35 PARA 20 POR CENTO. REPÓRTER MAURÍCIO DE SANTI:
TÉC: O pedido de redução do imposto, com duração limitada a um ano, foi da Associação Pela Indústria e Comércio Esportivo. Atualmente o assunto está em análise na Câmara de Comércio Exterior (Camex) da Presidência da República, que é formada por um conselho de oito ministros. A presidente da associação, Marina de Carvalho, lembrou que a queda vale apenas para calçados fabricados exclusivamente com material têxtil, os tênis e sapatos de couro estão fora. O objetivo, segundo ela, é atender a demanda por calçados esportivos e garantir a presença de grandes marcas internacionais no Brasil.
(MARINA DE CARVALHO): Fizemos esse pedido porque retraímos mais de 28 por cento em vendas desde 2014. Nossa produção local caiu de 2015 a 2016, 21 por cento. Nossas importações caíram 30. Atualmente essa situação tem tornado praticamente insustentável a presença de grandes marcas do setor esportivo, grandes empresas, mas que no Brasil enfrentam dificuldades que todos nós enfrentamos, dificuldades relacionadas à economia como um todo.
(MAURÍCIO): Mas não é assim que pensam os representantes da indústria brasileira de calçados e dos trabalhadores do setor. Rogério Aquino, da Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias Têxtil, Vestuário, Couro e Calçados, afirmou que a redução terá uma única consequência:
(ROGÉRIO DE AQUINO): Essa redução da alíquota para o setor calçadista irá trazer um prejuízo grandioso, principalmente na geração de empregos.
(MAURÍCIO): Rogério estima que o desemprego pode chegar a 35 por cento com a redução do imposto de importação. Por isso, a senadora Ana Amélia, do PP do Rio Grande do Sul, já se posicionou contra a medida:
(ANA AMÉLIA): Você reduzir o imposto de importação você vai estar subsidiando, financiando o trabalho lá fora, o emprego lá fora, nos países concorrentes do Brasil no calçado esportivo. O outro lado é o risco de o governo reonerar a folha de pagamentos de setores que são altamente geradores de mão de obra.
(MAURÍCIO): O setor de calçados esportivos gera cerca de 278 mil empregos diretos no Brasil. Da Rádio Senado, Maurício de Santi.