Procuradoria da Mulher debate atendimento psicológico aos autores de violência doméstica
Em homenagem ao mês da mulher, a Procuradoria da Mulher do Senado promoveu um debate sobre o atendimento psicológico aos autores de violência doméstica e familiar. A reunião contou com a presença de parlamentares, representantes do Judiciário e das áreas de educação e de segurança pública. Os convidados afirmaram ser necessária a implantação do atendimento aos homens agressores como forma de política pública de combate e redução à violência contra a mulher. A reportagem é de Marina Ferreira, da Rádio Senado.
Transcrição
LOC: A PROCURADORIA DA MULHER NO SENADO DEBATEU O ATENDIMENTO PSICOLÓGICO AOS AUTORES DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR
LOC: OS CONVIDADOS DO PROJETO PAUTA FEMININA AFIRMARAM SER NECESSÁRIA A IMPLANTAÇÃO DO SERVIÇO COMO FORMA DE POLÍTICA PÚBLICA DE COMBATE E REDUÇÃO À VIOLÊNCIA. REPÓRTER MARINA FERREIRA.
TÉC: No primeiro dia de março, mês em que é comemorado o Dia Internacional da Mulher, a Procuradoria Especial da Mulher do Senado deu início à programação comemorativa. O debate sobre as ações do serviço público para enfrentar o feminicídio, inclusive com o atendimento dos autores de violências, contou com a presença de representantes das áreas de educação, segurança pública e justiça. O juiz Ben-Hur Viza, do Distrito Federal, criticou a falta de investimentos e de profissionais especializados para tratar a violência doméstica e familiar no país, que, segundo ele, já poderia ter sido resolvida.
(Ben-Hur) A Lei Maria da Penha prevê solução. Agora por que o problema não está sendo solucionado? Porque nós não estamos cumprindo a lei. Nós já sabemos que a lei não funciona sem uma equipe multidisciplinar, em vários estados os inquéritos estão prescrevendo nas delegacias.
(Rep) Durante o debate, o psicólogo Fabrício Guimarães destacou que o atendimento psicológico aos homens agressores é uma política pública fundamental de combate e redução à violência contra a mulher.
(Fabrício) Se a gente não atender esse parceiro ou ex-parceiro, ele vai agredir outras mulheres e vai continuar agredindo essa mulher mesmo depois da separação. É importante buscar essa responsabilização do homem por meio da reflexão, além da punição quando for o caso.
(Rep) A deputada federal Jô Moraes, do PC do B de Minas Gerais, que presidiu a reunião, afirmou que é necessário implantar o quanto antes o atendimento aos autores de violência.
(Jô Moraes) Compreendemos que apenas tratar da punição dos agressores não é suficiente, porque há reincidência mesmo quando eles são punidos. Nós estamos sensibilizados para que o investimento no tratamento dos agressores seja parte da política de enfretamento da violência contra a mulher.
(Rep) Um projeto em análise na Comissão de Constituição e Justiça tipifica como crime o descumprimento de medidas protetivas de urgência. Da Rádio Senado, Marina Ferreira.