Senadores pedem indenização de multinacional por dívidas trabalhistas e dano ambiental no Amapá — Rádio Senado
Trabalho

Senadores pedem indenização de multinacional por dívidas trabalhistas e dano ambiental no Amapá

Ações judiciais contra a Mineradora Zamin, sucessora da multinacional Anglo American, cobram milhões de reais por danos ambientais no Amapá e dívidas trabalhistas. Senadores do estado estão denunciando o caso no Brasil e no exterior e pedem rapidez no ressarcimento e na investigação de possíveis atos de corrupção. O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) considera fraudulenta a venda das lavras e da concessão de estrada de ferro pela Anglo American para a Mineradora Zamin, que logo após a aquisição encerou as suas atividades. O senador João Capiberibe (PSB-AP) lembrou que a Polícia Federal investigou denúncias de corrupção envolvendo representantes do governo do estado e da Assembleia Legislativa do Amapá para homologar a transferência das operações de mineração entre as duas empresas. Isso aconteceu logo após um desabamento no Porto de Santana, resultando na morte de 6 operários, desastre ambiental e grandes prejuízos para a economia amapaense.

31/01/2018, 17h07 - ATUALIZADO EM 31/01/2018, 17h42
Duração de áudio: 03:01
Plenário do Senado durante sessão deliberativa extraordinária.

Bancada:
senadora Lídice da Mata (PSB-BA); 
senador João Capiberibe (PSB-AP);
senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM);
senador Omar Aziz (PSD-AM).

Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

Transcrição
LOC: AÇÕES JUDICIAIS CONTRA A MINERADORA LIGADA À MULTINACIONAL ANGLO AMERICAN COBRAM MILHÕES POR DANOS AMBIENTAIS NO AMAPÁ E DÍVIDAS TRABALHISTAS. LOC: SENADORES DO ESTADO ESTÃO DENUNCIANDO O CASO NO BRASIL E NO EXTERIOR E PEDEM RAPIDEZ NO RESSARCIMENTO E NA INVESTIGAÇÃO DE POSSÍVEIS ATOS DE CORRUPÇÃO. REPÓRTER FLORIANO FILHO. TÉC: Desde os anos 40 mineradoras multinacionais exportam manganês e minério de ferro retirado do Amapá para produção de aço em outros países. Uma das maiores indústrias do mundo, a Anglo American, com sede no Reino Unido e na África do Sul, assumiu nos anos 2000 lavras de mineração no estado e a concessão da estrada de Ferro do Amapá. Em 2013, um desabamento no porto de Santana durante as operações de exportação mineral deixou seis mortos, provocou um desastre ambiental e trouxe prejuízos milionários para a economia amapaense. A Anglo American teria revendido suas operações para a mineradora Zamin, de um empresário indiano, que suspendeu as atividades em 2014. A paralisação deixou centenas de desempregados no estado, como explicou o senador Randolfe Rodrigues, da Rede Sustentabilidade do Amapá, que está denunciando o caso internacionalmente. (Randolfe Rodrigues) A empresa que assume o legado da Anglo American, a Zamin Ferrous, ao sair do Amapá, deixou um legado de mais de 700 empregos diretos sem a sua devida remuneração; mais de 5 mil empregos indiretos de trabalhadores sem terem a indenização trabalhista. (Repórter) O Ministério Público do Amapá entrou com uma ação judicial pedindo 100 milhões de reais de indenização pelos danos ambientais causados. Para Randolfe, a venda das operações realizadas pela Anglo American foi fraudulenta e a multinacional também precisa responder pelos prejuízos causados no Amapá. (Randolfe Rodrigues) A Anglo American é a verdadeira concedente da Estrada de Ferro do Amapá. Essa transição da Anglo American para Zamin Ferrous está mais que comprovado que foi fraudulenta, tanto é que a sociedade de ambas é desfeita logo depois que o ato imperfeito foi aprovado pela Assembleia Legislativa. (Rep) O senador João Capiberibe, do PSB do Amapá, lembrou que a Polícia Federal realizou operações para apurar denúncias de corrupção envolvendo os poderes Executivo e Legislativo no estado. (Capiberibe 2) As autoridade locais corruptas, incluindo o governado do Estado, vários deputados e a Assembleia Legislativa que recebeu propina. (Repórter) Os representantes da Anglo American no Brasil não quiseram falar com a reportagem da Rádio Senado, mas afirmaram, em nota, que o processo de venda das operações no Amapá começaram antes do acidente no porto de Santana. Também informaram que pagaram indenizações e prestaram assistência às famílias das vítimas. Da Rádio Senado, Floriano Filho.

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