Brasil deve aproveitar momento para desenvolver e aumentar exportações de material bélico
A situação da indústria bélica brasileira e a possibilidade do Brasil exportar equipamentos de segurança para a União Europeia e outros países foram temas de audiência pública da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado (CRE) nesta segunda-feira (13). O senador Antônio Anastasia (PSDB-MG), que presidiu a reunião, defendeu a terceirização da frota da polícia mineira que ele adotou quando governou Minas Gerais. O general José Eustáquio Nogueira Guimarães, diretor da Escola Superior de Guerra, afirmou que existem grandes possibilidades de vender os aviões Super-Tucano e KC-390 da Embraer para a União Europeia. O embaixador Nélson Tabajara de Oliveira concorda que o Brasil tem grandes chances de realizar exportações de material bélico para a União Europeia que está “reestruturando o seu cenário de defesa”. A audiência faz parte do ciclo de debates sobre o Brasil e a nova ordem internacional.
Transcrição
LOC: A SITUAÇÃO DA INDÚSTRIA BÉLICA BRASILEIRA E A POSSIBILIDADE DO BRASIL EXPORTAR EQUIPAMENTOS DE SEGURANÇA PARA A UNIÃO EUROPEIA E OUTROS PAÍSES FORAM TEMAS DE AUDIÊNCIA PÚBLICA DA COMISSÃO DE RELAÇÕES EXTERIORES.
LOC: O ENCONTRO FOI PARTE DO CICLO DE DEBATES SOBRE O BRASIL E A NOVA ORDEM INTERNACIONAL. REPÓRTER CARLOS PENNA BRESCIANINI.
TÉC: O 16º painel de debates sobre o Brasil e a nova ordem internacional levou militares, diplomatas e empresários à Comissão de Relações Exteriores para analisar o quadro internacional e as oportunidades para o Brasil na área de material bélico e de segurança. O senador Antônio Anastasia, do PSDB de Minas Gerais, que presidiu a audiência, lembrou que a área de segurança exige sempre novas ideias, e citou a experiência de terceirização da frota da polícia mineira como um exemplo de quebra de paradigmas, que encontrou resistência, mas se mostrou eficiente:
(ANASTASIA) Quando inauguramos o governo em Minas, em 2003, numa situação muito difícil, apresentamos uma proposta ousada e que à época foi recebida pelas forças de segurança pública do estado com muito receio, que foi exatamente a chamada terceirização da frota.
(REP) O general José Eustáquio Nogueira Guimarães, diretor da Escola Superior de Guerra, além da defender a necessidade do programa espacial brasileiro, frisou a necessidade do Brasil aproveitar o relacionamento com a União Europeia para desenvolver e vender materiais de segurança:
(EUSTÁQUIO) Competir nesse mercado é bastante difícil. Ainda mais um mercado tecnologicamente bastante avançado. Existe possibilidades, por exemplo, nós temos a aeronave Super-Tucano. Eu vejo também grandes chances do projeto KC-390.
(REP) O embaixador Nélson Tabajara de Oliveira, do Itamaraty, destacou a oportunidade de o Brasil se inserir em projetos que a União Europeia pode promover nos próximos anos:
(TABAJARA) A União Europeia está reestruturando o seu cenário de defesa. Tem toda uma nova arquitetura. É um projeto que eles fizeram no ano passado. Que é um plano de segurança da Europa, já levando em conta a retirada dos Estados Unidos.
(REP) Em 27 de novembro haverá mais uma audiência deste ciclo de debates, desta vez, sobre o Programa Espacial Brasileiro e situação da Base de Lançamento de Alcântara. Da Rádio Senado, Carlos Penna Brescianini.