CRE debate uso das Forças Armadas no combate ao crime organizado
Utilizar ou não as Forças Armadas para combater o crime organizado. O tema esteve em debate nesta segunda-feira (30) na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado (CRE), que analisou o papel das Forças Armadas no século 21. A senadora Ana Amélia (PP-RS) lamentou a falta de atenção governamental com um tema tão importante. A audiência foi presidida pelo senador Jorge Viana (PT-AC), vice-presidente da CRE. No dia 13 de novembro o tema do debate na comissão será “O Aumento da Insegurança Internacional - Desafios do Brasil”.
Transcrição
LOC: UTILIZAR OU NÃO AS FORÇAS ARMADAS PARA COMBATER O CRIME ORGANIZADO?
LOC: O TEMA FOI DEBATIDO NESTA SEGUNDA-FEIRA NA COMISSÃO DE RELAÇÕES EXTERIORES, QUE ANALISOU O PAPEL DAS FORÇAS ARMADAS NO SÉCULO 21. REPÓRTER CARLOS PENNA BRESCIANINI.
(Repórter) A falta de recursos para os projetos estratégicos e a participação dos militares no enfrentamento ao crime organizado foram debatidos durante o ciclo de debates da Comissão de Relações Exteriores do Senado. No painel sobre o papel das Forças Armadas brasileiras no século 21, a senadora Ana Amélia, do PP do Rio Grande do Sul, lamentou a falta de atenção governamental com um tema tão importante:
(Ana Amélia) Eu lamento que a nossa crítica no Brasil, que tem formadores de opinião, não entendam a Defesa como um eixo fundamental no desenvolvimento estratégico de um país.
(Repórter) O professor de Relações Internacionais Augusto Wagner, da Universidade Federal da Paraíba, criticou a utilização maciça das Forças Armadas contra o crime organizado. O problema, segundo ele, é que, quando ocorrerem incidentes e mortes, a imagem das Forças Armadas será prejudicada:
(Augusto Wagner) Seria um uso equivocado e que compete para a depreciação simbólica e das capacidades operacionais das Forças Armadas.
(Repórter) Representante do Sindicato das Indústrias de Material de Defesa, Luiz Monteiro, que também é diretor de uma empresa que fabrica gás lacrimogênio e balas de borracha, defendeu a participação da Marinha, Exército e Aeronáutica nas questões de segurança pública:
(Luiz Monteiro) No que se refere a utilização e emprego das Forças Armadas em atividades de segurança pública, isso pode ser feito, desde que não seja feito sempre. Seja feito de forma pontual e específica. Isso está na Constituição e na Lei Complementar. A grande questão não é se usa as Forças Armadas para segurança pública ou para defesa externa enquanto falta dinheiro. A questão é que falta dinheiro.
(Repórter) O coordenador de Pós-Graduação da Escola Superior de Guerra, o contra-almirante Antônio Ruy Silva, frisou que as Forças armadas procuram executar suas funções mesmo sob as pressões econômicas:
(Antônio Ruy Silva) Claro que nós estamos num período difícil pro próprio país. E as Forças armadas têm de se adaptar também às condições econômicas e sociais do país.
(Repórter) A audiência foi presidida pelo senador Jorge Viana, do PT do Acre. No dia 13 de novembro, a comissão vai debater “O Aumento da Insegurança Internacional - Desafios do Brasil”.